A Pato – Associação de Defesa do Paul de Tornada fez 30 anos. A efeméride foi assinalada no passado domingo (21 de Outubro) com a partilha de memórias sobre o trabalho feito durante estas três décadas, mas com promessas sobre a sua continuidade. A criação de um corredor ecológico entre as Caldas e o Paul e de um roteiro que faça a ligação entre a Lagoa, o Paul, Salir do Porto e o Vale Tifónico, foram algumas das propostas defendidas para a dinamização daquele espaço, emblemático a nível ambiental.
A Pato foi constituída a 21 de Outubro de 1888. Nasceu com os objectivos de “sensibilização do público em geral para a conservação desta importante zona húmida, que se encontra em avançado estado de degradação, e, posterior transformação do local em reserva ecológica educativa, onde poderão ser realizadas actividades de educação ambiental”, noticiava a Gazeta das Caldas de 4 de Novembro desse ano.
A sua primeira presidente foi Conceição Martins, uma jovem licenciada em Biologia que tinha vindo pouco tempo antes, juntamente com uma colega, fazer trabalho de campo no Paul de Tornada. “Foi o culminar de um processo intenso, muito entusiasmante e desafiante”, recordou a responsável perante uma sala cheia de sócios e amigos da associação.
Conceição Martins lembrou os esforços da altura para a proibição da caça no local e a colaboração da Junta da Freguesia, presidida por Amílcar Caetano.
A sócia fundadora da associação falou também sobre a relação tensa, mas proveitosa, com o então presidente da Câmara, Fernando Costa, que “dizia sempre que não, e batia o pé às nossas ideias, mas depois ia-nos ouvindo”. Foi ele quem deu o contributo para que, em 1997, tivesse sido apresentada uma candidatura para a reconstrução de um edifício, transformando-o no Centro Ecológico e Educativo.
Conceição Martins entende que há condições para ampliar aquela infraestrutura enquanto centro de acolhimento pois actualmente há uma “maior apetência” pela área ambiental. “Este centro pode ser melhor explorado e o Paul ainda pode ser um emblema maior para a região”, disse a responsável, sugerindo que seja um ponto de investigação científica, educação ambiental e de turismo de lazer.
Maria de Jesus Fernandes sucedeu a Conceição Martins na liderança da associação, em 1997, mas a sua relação com a Paul da Tornada surge antes, do tempo em que era professora na Escola Raul Proença e levava os alunos aquele espaço durante as actividades extracurriculares. Mais tarde foi uma das professoras que, no âmbito de uma bolsa dos ministérios do Ambiente e Educação, foi trabalhar em educação ambiental, neste caso, no Paul, e com as crianças abordou temáticas tão importantes como a reciclagem e a água. Do seu tempo é a candidatura do Centro Ecológico e Educativo e também a designação de “Zona Húmida”, de acordo com a Convenção de Ramsar. Mais tarde é constituída Reserva Natural Local.































