Torres Vedras terá a primeira Unidade de Cuidados Intensivos do Oeste

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Nas atuais instalações não foi possível encontrar um espaço que cumpra os requisitos exigidos

Investimento superior a 1,43 milhões de euros, financiado através do PRR, vai dotar o aquela unidade de um novo Serviço de Medicina Intensiva. Hospital das Caldas não cumpre requisitos exigidos para a sua implantação

A Unidade Local de Saúde do Oeste (ULS Oeste) lançou na semana passada (4 de setembro) o concurso público para a empreitada de criação do Serviço de Medicina Intensiva, num investimento superior a 1,4 milhões de euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Serão adaptadas e realizadas necessárias em duas áreas, com capacidade para 14 camas de medicina intensiva.

Em abril de 2021 o ministério da Saúde anunciou o início do processo de planeamento para a criação de cuidados intensivos no Centro Hospitalar do Oeste, distribuídos entre os polos das Caldas da Rainha e o de Torres Vedras. Um anúncio que, refere a ULS do Oeste, veio na sequência da contestação pelo então Centro Hospitalar do Oeste (em 2019), da não previsão deste centro hospitalar na proposta de Rede de Referenciação de Medicina Intensiva, então em revisão.

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Para além disso, ficou patente a relevância da criação de um Serviço de Medicina Intensiva na região “no pico da pandemia, quando foram transferidos vários doentes infetados com SARS CoV-2 para Unidades de Cuidados Intensivos de outras unidades hospitalares, por necessidade de ventilação invasiva”, refere a unidade local em comunicado.

No decurso dos estudos visando a implementação desta resposta, pareceres técnicos e as entidades competentes pela respetiva avaliação, concluíram que, por agora apenas o hospital de Torres Vedras “tem condições para acolher este tipo de unidade, dada a necessidade de cumprimento de exigências legais e estruturais”.

À Gazeta das Caldas, a administração da ULS Oeste explicou que no Hospital das Caldas, na atual configuração das instalações, “não foi ainda possível encontrar um espaço que cumpra os requisitos exigidos, designadamente para uma UCI com uma lotação mínima de 6 camas, com zonas de isolamento e possibilidade de controlo de pressão”. Isto porque a a construção de um Serviço de Medicina Intensiva exige o cumprimento e a verificação de “exigentes” requisitos técnicos de infraestrutura, bem como circuitos internos e externos, que visam acautelar a segurança de doentes e profissionais, bem como a necessidade de rentabilização dos recursos humanos.

“Foram aferidas todas as possibilidades de criação da UCI no edificado atual, sem sucesso, dada a limitação da área de implantação para cumprimento de todos os requisitos”, explica a administração. Ainda de acordo com a mesma entidade, “desde há muito tempo que estão a ser equacionadas as possibilidades de reorganização de espaços e de serviços que permita dispor da área necessária para cumprir os requisitos técnicos de infraestrutura, de localização e no que respeita a circuitos internos” na unidade caldense. No entanto, “tal apenas será viável após uma ampliação das instalações existentes”, assume.

O novo serviço que irá funcionar em Torres Vedras destina-se a servir toda a população residente da área de influência ULS Oeste, bem como os milhares de utentes sazonais, decorrentes da afluência turística e do trabalho agrícola temporário. A ULS Oeste estima que sejam atendidos 326 doentes críticos por ano, que anteriormente teriam de ser transferidos para outras unidades hospitalares.

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