
A 4ª edição do torneio de sueca de Santa Catarina juntou 192 jogadores, dos 17 aos 77 anos. A maioria dos participantes são homens, mas este ano houve oito mulheres a jogar às cartas
É noite de sábado, 8 de Fevereiro e, no Centro Paroquial de Santa Catarina, cerca de 200 pessoas dividem-se em quase 50 mesas de quatro lugares. Em cima das mesas um baralho de cartas, uma folha de papel e uma caneta. Eis a 4ª edição do torneio de sueca daquela localidade.
A maioria dos participantes são homens de meia-idade, do tempo em que este tradicional jogo era uma das grandes ocupações, mas também há jovens e oito mulheres.
Na noite anterior, até às 2h30, jogaram-se os apuramentos e nesta decidem-se os vencedores das várias ligas (a dos campeões, a dos bacalhaus e a dos galos).
A maior parte dos jogadores vinha de fora, alguns das aldeias mais próximas, mas outros de localidades como Caldas, Benedita, Alcobaça, Bombarral, Pombal, Alenquer e até Torres Vedras.
Durante o jogo, o pavilhão fica praticamente em silêncio. Enquanto jogam, os participantes bebem um copo de vinho, uma cerveja ou uma água. Quem perde fica a assistir aos restantes jogos.
A inscrição custava 12 euros por jogador e o vencedor arrecadava 200 euros.
António Siopa, que conta 77 Primaveras, era o mais experiente jogador no torneio. “Vivo nas Pedras do Vimeiro e ao domingo à tarde juntamo-nos sempre para jogar”, conta. Já no último ano tinha vindo ao torneio e gostou tanto que decidiu voltar. “O que me interessa mais é este convívio, com malta que se quer divertir e sabe estar”, disse.
A esposa não se incomoda que ele passe tanto tempo com a… sueca, porque ela aos domingos junta-se com as amigas para fazer filhoses para vender.
O mais jovem participante era Francisco Correia, das Relvas, que, com apenas 17 anos, já participa neste torneio há três. “Costumo jogar uma vez por semana com o meu avô e no primeiro ano foi com ele que vim ao torneio”, conta. Também a ele é o saudável convívio que o motiva a voltar. “Passam-se aqui bocados divertidos e o pessoal é todo porreiro. Mas também é engraçado porque vê-se muita gente de fora”, notou o jovem, elogiando a organização do evento.
No primeiro dia foram vendidas 40 grades de cerveja e, para os dois dias, foram preparados 120 quilos de carne de porco. No segundo dia houve uma paragem para jantar e assistir ao clássico entre FC Porto e Benfica.
O mentor do torneio, David Germano, explicou à Gazeta que o evento começou com 64 equipas e que no terceiro ano cresceu para as actuais 96. Para 2021 o objectivo é que sejam 128 equipas.
Nos primeiros dois anos, as receitas reverteram para a equipa de futsal do clube e nos últimos dois para a banda.
Luís Almeida, presidente da Sociedade Filarmónica, disse que já não é muito comum ver malta a jogar às cartas nos cafés da localidade. Se no último ano, os cerca de 2000 euros angariados deram para comprar dois instrumentos musicais, este ano os fundos serão utilizados na manutenção e funcionamento da escola de música.






























