Os quatro autocarros que compõem a frota do Toma estão equipados com monitores que disponibilizam aos passageiros informações sobre os monumentos existentes nas proximidades de cada paragem, assim como informações sobre a agenda turística e cultural.
Este serviço está a funcionar desde o passado dia 9 de Janeiro, altura em que foram também introduzidos dois novos autocarros, para substituir os já existentes.
Uma viagem experimental pela Linha Verde, na tarde de sexta-feira, 9 de Janeiro, permitiu perceber o funcionamento do novo sistema que permite aos passageiros ter informação sonora sobre a próxima paragem, assim como visionar nos monitores conteúdos turísticos relacionados com os locais por onde vai passando.
“Trata-se de um sistema muito inovador e ainda pouco comum noutras cidades”, disse o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, acrescentando que poderá revelar-se um beneficio para todos os que utilizam este meio de transporte.
A plataforma, desenvolvida pela empresa tecnológica caldense BitCliq, está ligada ao CityGuide, uma aplicação que disponibiliza informação turística e cultural de todo o concelho. “As pessoas que usam frequentemente os autocarros têm acesso a essa informação, tal como qualquer outra, através do seu smartphone”, explicou Pedro Manuel, representante da BitCliq, acrescentando que se trata de um sistema dinâmico que pode, a todo o momento, ser actualizado com novas informações.
Actualmente já existem mais de 30 entidades, entre associações, juntas de freguesia, autarquia, CCC ou Centro da Juventude, a colaborar com conteúdos, que depois são divulgados por estes meios.
A instalação dos monitores nos autocarros foi proposta pela autarquia, no âmbito do concurso para a renovação da concessão dos percursos à RodoCaldas (que pertence à Rodoviária do Tejo). A exigência inicial da Câmara era de introdução do sistema tecnológico e de informação apenas nos dois autocarros novos (que irão substituir outros já existentes), mas a RodoCaldas foi mais longe e decidiu aplicá-lo a todos. A aplicação deste novo sistema implicou um investimento da empresa na ordem dos 5.800 euros.
“Aceitámos o desafio e fizemos a implementação deste sistema nas anteriores viaturas que já existiam e nas linhas que não estavam abrangidas por este novo contrato”, justificou Cristina Frazão, administradora da empresa. A responsável destaca que querem dar um passo em frente a nível do compromisso com a informação ao passageiro e no que respeita à mobilidade.
Esta aplicação poderá permitir um melhoramento ao nível da mobilidade, de forma a colocar informação para que as pessoas possam consultar outros transportes, nomeadamente os interurbanos ou os comboios, se as entidades quiserem participar.
“Parece-me que é uma plataforma interessantíssima, nós próprios temos muita dificuldade em juntar a informação”, disse Cristina Frazão, acrescentando que esta poderá ser um passo para melhorar tanto a informação do terminal, como dos restantes transportes.
O Toma tem actualmente três linhas e quatro viaturas afectas a essas linhas. As duas novas viaturas deverão ser colocadas nas linhas Verde e Laranja pela afluência de passageiros e pelo percurso que fazem. “A linha azul tem menos afluência e não carece”, explicou Cristina Frazão.
Os valores estimados dos encargos com o Toma em 2015 são na ordem dos 304 mil euros, por parte da empresa, no âmbito da concessão.
Quem é a Bitcliq?
O serviço agora apresentado, incluído no projecto Caldas da Rainha – City Guide, é desenvolvido pela empresa de engenharia de software caldense, BitCliq, do caldense Pedro Manuel. Entre os seus clientes encontram-se os municípios das Caldas da Rainha, Óbidos, Palmela, Coruche, Lousã e Almada, a OesteCIM, a MWBrands e o Ministério do Ambiente. A empresa também já exportou serviços para África, Austrália e Sueste Asiático.
Com uma forte aposta na vertente internacional, esta start up tecnológica registou em 2014 um crescimento superior a 30% em exportação de serviços, nomeadamente no desenvolvimento de aplicações de negócio inteligentes para o sector das pescas no Atlântico sul. Actualmente a exportação representa um terço da facturação desta empresa, que emprega oito pessoas.
Pedro Manuel, de 41 anos, é formado em Engenharia Informática e Computadores e fundou a BitCliq em 2013.
Em Portugal, além dos sistemas de informação inteligentes, esta empresa caldense aposta sobretudo no mercado das aplicações móveis, plataformas digitais e internet das coisas aplicadas à gestão e promoção do território, património, mobilidade e turismo.






























