Luís Jorge, o homem que se dedica a tocar flauta nas ruas das Caldas da Rainha, sempre acompanhado de um cão, não vai ter de pagar à autarquia para continuar a fazê-lo como chegou a ser noticiado.
O pedido apresentado por Luís Jorge nos serviços camarários foi discutido em reunião de Câmara e os vereadores entenderam que esta actividade não tinha enquadramento legal no regulamento municipal, porque o pedido foi para um terrado. Segundo o vereador Hugo Oliveira, não existe nenhum impedimento para o indivíduo estar a tocar na rua.
No entanto, o vereador do PS, Rui Correia, aproveitou a situação para sugerir a criação de um regulamento municipal relativo à animação de rua. Hugo Oliveira predispôs-se a avançar com esse projecto.
Luís Jorge, de 41 anos, tinha sido abordado recentemente por um agente da PSP e instado a obter uma licença para poder continuar a tocar flauta na rua e receber dinheiro por isso.
Natural de França e filho de pais portugueses, Luís Jorge veio para a região em 2008 por causa da apanha da fruta. “Depois disso não tinha trabalho e arrisquei a rua, para tocar flauta e fazer alguns malabarismos”, contou à Gazeta das Caldas.
Trabalhou em várias áreas, mas o seu destino foi tocar na rua “porque não há mais nada”. Nem sequer na apanha da fruta voltou a conseguir trabalho este ano.
Durante algum tempo esteve a dormir junto aos antigos silos, mas há cerca de dois anos que dorme dentro de um carro que herdou do pai, depois de este ter falecido.
Luís Jorge garante que não é toxicodependente. “E ainda bem pois o dinheiro já é pouco”, comentou.
Depois de este caso ter sido noticiado, o flautista foi abordado nas ruas por diversas vezes. “Havia muita gente revoltada, que não achava justo”, adiantou Luís Jorge. Entre os vários comentários de apoio, houve até quem se oferecesse para pagar a taxa que alegadamente lhe seria cobrada. “Entretanto houve um senhor que me disse que não valia a pena ir à Câmara saber a resposta porque não precisava de pagar porque não há legislação para esta actividade”, referiu.
O presidente da Câmara das Caldas também foi muitas vezes abordado por este motivo e garantiu ao nosso jornal que iria resolver o assunto. “A música alegra a cidade e vamos encontrar uma solução em reunião de Câmara”, salientou.






























