Tartaruga resgatada na Nazaré já foi devolvida ao mar

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Baptizada de Raimunda, a tartaruga “pescada” na Nazaré foi devolvida ao mar da Figueira da Foz

A tartaruga de couro que foi encontrada no mar da Nazaré no primeiro dia de Abril já foi devolvida ao mar, depois de dez dias a recuperar no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (CRAM) de Quiaios, na Figueira da Foz. De acordo com o divulgado por aquela instituição, a decisão de libertar a tartaruga foi tomada no início da semana, depois de realizadas várias análises ao sangue. A libertação acabou por se concretizar na manhã da passada terça-feira, dia 10 de Abril, ao largo da Figueira da Foz, com a cooperação dos bombeiros locais, da empresa Macodal, da Cooperativa Centro Litoral OP e dos tripulantes da traineira “Gaivota do Mondego”.
Durante o tempo de recuperação a tartaruga foi alimentada com uma papa feita de gelatina, espinafres, peixe e camarões, a solução mais parecida com a habitual ‘dieta alimentar’ desta espécie, que “come normalmente animais de corpo mole, como medusas”, conforme explicou à Gazeta das Caldas a responsável pelo CRAM, Marisa Ferreira. Na Figueira da Foz, foi também baptizada de Raimunda, em homenagem ao pescador nazareno Raimundo que a encontrou e a rebocou para terra. Um nome que foi escolhido com a esmagadora maioria dos votos das 122 pessoas que deram a sua opinião na página de Facebook do CRAM. As restantes opções eram Chelys (diminutivo do nome científico da espécie), Palmeira (nome do barco que a resgatou) e Domingas (dado que a tartaruga foi resgatada numa manhã de domingo).A Raimunda pesava mais de 160 quilogramas e media, de acordo com o centro de recuperação, mais de 1,7 metros. Quando foi resgatada estava muito debilitada e apresentava diversos ferimentos, embora não muito graves. O elevado número de percebes que trazia agarrados ao corpo indiciava que “já há muito tempo se deslocava com dificuldade”.
Antes de ser largada em alto mar, a Raimunda foi marcada com microchip e brincos de identificação, uma prática já realizada em anteriores resgates de animais marinhos e que permite saber se a libertação tem, ou não, sucesso.
O CRAM é responsável pelos arrojamentos na área que se estende entre Peniche e Caminha e só em 2011 recolheu três centenas de animais vivos, entre tartarugas, mamíferos e aves. O aparecimento de tartarugas de couro não é raro, mas de acordo com Marisa Ferreira, a maioria dos animais aparecem já mortos ou não resistem aos ferimentos. No ano passado houve um caso de sucesso, ao qual se junta agora a história da Raimunda.

Joana Fialho

jfialho@gazetadascaldas.pt

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