
Os subcontratados do CHO suspenderam a 27 de Outubro a greve que tinham iniciado dois dias antes. Naquele período muitos serviços ficaram seriamente desfalcados e houve adiamento de tratamentos e cirurgias por falta de pessoal. Nos hospitais das Caldas e de Peniche a adesão à greve foi de 100%, ao passo que, no de Torres Vedras, no primeiro dia a adesão foi de 40% e, no segundo, de 85% dos precários.
Esta luta tem contado com a solidariedade de todas as forças políticas e dos próprios utentes do CHO.
O prazo para o novo acordo termina a 30 de Novembro, mas os trabalhadores não excluem novas formas de luta se não conseguirem ver satisfeitas as suas reivindicações.
A greve dos subcontratados do CHO durou 72 horas. “Foi uma grande mobilização que só foi possível com a solidariedade e convicção de todos os colegas”, disse à Gazeta das Caldas Carla Jorge, porta-voz do movimento Precários do CHO.
Numa reunião realizada no dia 26 de Outubro ficou garantido aos funcionários o pagamento do trabalho realizado em serviços mínimos, as horas extra e o restante do subsídio de férias em atraso. A partir de agora vão poder também marcar férias em igualdade com os colegas do quadro e ainda foi estabelecido o compromisso de procurar restabelecer a igualdade entre trabalhadores no acesso ao abono para falhas.
Este acordo terá efeitos retroativos desde 1 de Julho, momento em que os colegas do quadro do CHO regressaram às 35 horas.
Perante a mobilização, o Conselho de Administração do CHO reconheceu ainda a reivindicação para as 35 horas por parte destes trabalhadores. “Não desistimos dos nossos direitos e esperamos no processo de negociação em curso alcançar o objetivo imediato das 35 horas”, acrescentou Carla Jorge, porta-voz destes funcionários.
Apoios aos subcontratados
Tal como a maioria das forças políticas, também o próprio ministro da Saúde, Adalberto Fernandes, classificou como “lamentável” a situação em que se encontram os subcontratados do CHO. A mudança do Centro Hospitalar para EPE vai, segundo o governante, criar condições para futuras contratações.
Entretanto os próprios utentes organizaram-se em torno de um manifesto onde também expressam o seu apoio à luta destes profissionais.
Está também a decorrer on-line uma petição pela integração directa nos quadros do CHO de todos os funcionários precários. Nesse documento, os peticionários consideram que a maioria dos trabalhadores precários respondem a necessidades de trabalho permanentes e essenciais aos serviços prestados aos utentes e que devem ser tratados em pé de igualdade com os colegas do quadro. Consideram também que a manutenção e melhoria da qualidade dos serviços prestados pelo CHO aos utentes exige que os trabalhadores tenham um bom clima de trabalho, que sejam respeitados e que tenham a possibilidade de obter formação e progredir na carreira.
A petição, que reunia 334 assinaturas na passada segunda-feira, vai seguir para a Assembleia da República, para todos os partidos, o Governo e Ministério da Saúde.






























