A União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro vai ter todos os partidos implicados na sua gestão nos próximos quatro anos, depois de o PSD e CDS terem chegado a um acordo de governação e a oposição, PS, MVC e CDU se terem também coligado para obter a maioria na Assembleia de Freguesia.
Um caso ímpar de participação democrática em que o órgão executivo é composto por uma coligação pós-eleitoral e o fiscalizador por outra.
Os cinco partidos políticos que concorreram à União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro estão representados neste órgão e implicados na sua gestão nos próximos quatro anos. O PSD foi o vencedor nas autárquicas (com mais 71 votos que o PS) e Abílio Camacho tomou posse, no passado dia 22 de Outubro, como presidente da União de Freguesias e convidando para a sua equipa mais um elemento do PSD e outro do CDS-PP.
Nesse dia não foi eleita a mesa da Assembleia de Freguesia porque os partidos não chegaram a consenso. Uma semana depois, o PS (que elegeu cinco elementos tal como o PSD), chegou a acordo com a CDU e o Movimento Viver o Concelho (MVC), formando assim a mesa deste órgão deliberativo.
Maria Antónia Nogueira, candidata pelo PS nas últimas autárquicas, disse que “não foi difícil” chegar a um acordo com os representantes do Movimento Independente e da CDU, pois “estávamos todos interessados no bem estar da população da freguesia”.
A responsável é da opinião que é importante que a Assembleia tenha uma “cor diferente” da Junta de Freguesia e ficou contente que isso acontecesse, esperando agora que todos possam trabalhar em conjunto.
Também o PSD fez contactos para acordos com outros partidos, mas não teve sucesso. O social-democrata António Marques (que também é o director da Expoeste), que no mandato anterior foi presidente da mesa da Assembleia de Freguesia, refere que esta é uma das possibilidades da democracia e que passada esta fase irão “todos trabalhar para melhorar a freguesia, agora com um território mais alargado”.
Carlos Fernandes, representante do MVC, quer ver mais pessoas a participar neste órgão, uma opinião partilhada pelos elementos da CDU e PS, que querem apreciar o regimento no sentido de possibilitar uma maior intervenção dos cidadãos.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt
