Doze dirigentes e delegados sindicais do sector hoteleiro manifestaram-se, a 14 de Março, à porta do Hotel Sana, nas Caldas da Rainha, por a administração não os autorizar a reunirem dentro das instalações para um primeiro contacto com os funcionários. Um protesto que também teve lugar nesse dia junto ao Hotel Marriott, na Praia d’El Rei, e da Pousada do Castelo, em Óbidos.
Doze dirigentes e delegados sindicais do sector hoteleiro manifestaram-se, a 14 de Março, à porta do Hotel Sana, nas Caldas da Rainha, por a administração não os autorizar a reunirem dentro das instalações para um primeiro contacto com os funcionários. Um protesto que também teve lugar nesse dia junto ao Hotel Marriott, na Praia d’El Rei, e da Pousada do Castelo, em Óbidos.António Baião, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro (STIHTRSC) disse à Gazeta das Caldas que esta jornada de luta teve início no Marriott depois da administração do grupo Béltico, proprietário do hotel, ter interrompido as negociações que estavam a decorrer com os trabalhadores. “Estávamos num processo negocial para melhorarmos as condições de vida dos trabalhadores daquela unidade e a administração encerrou as negociações, dizendo que não resolveria nenhuma das situações que estão pendentes”, explicou. De acordo com António Baião, cerca de metade dos 120 funcionários daquele hotel são sindicalizados.Em causa nas negociações estava, principalmente, a curta antecedência com que são afixados os horários de trabalho. “Só ao sábado ou ao domingo é que os trabalhadores sabem o horário de trabalho que irão ter na segunda-feira, o que contraria o que diz a lei”, disse o sindicalista.Os trabalhadores reivindicam ainda aumentos salariais e o alargamento das épocas em que podem gozar as suas férias. “Sabemos que há picos sazonais na unidade, mas gostaríamos que houvesse alguma compreensão para que os trabalhadores pudessem gozar pelo menos uma semana de férias durante a época alta, não sendo em Julho ou Agosto” e assim poderem estar algum tempo livre com as suas famílias.Na Pousada do Castelo, em Óbidos, o protesto teve lugar no âmbito de uma acção nacional a exigir a melhoria dos salários dos trabalhadores das Pousadas de Portugal, do Grupo Pestana Pousadas. “Os salários não são aumentados há cinco anos e têm feito diminuição de postos de trabalho”, referiu António Baião.No Hotel Sana Silver Coast, nas Caldas da Rainha, o sindicato protestou contra o facto de a administração do grupo Sana não lhes ter autorizado a fazer uma primeira abordagem aos funcionários para que estes possam sindicalizarem-se, se assim o entenderem.“Primeiro pediram-nos para adiar o dia da reunião e depois disseram-nos que não nos deixavam reunir no interior da unidade” porque para isso é necessário existirem delegados sindicais. Apenas três anos depois de uma unidade hoteleira abrir, é que é possível os funcionários sindicalizarem-se e por isso só agora iniciaram os primeiros contactos. Mas António Baião queixa-se que “se não pudermos reunir no seu interior, não nos podemos apresentar aos trabalhadores”.Goreti Ribeiro, do departamento de Recursos Humanos do grupo Azinor (proprietário dos hotéis Sana) explicou à Gazeta das Caldas que foram contactados pelo sindicato “para, ‘de acordo com a legislação em vigor’, lhes cedermos um espaço para reunirem com os trabalhadores do hotel”, mas que este foi negado porque “informamos simplesmente que não recai sobre nós qualquer obrigação legal de disponibilização de um local para a realização da aludida reunião, porque esta não havia sido regularmente convocada”.A responsável disse que ficou surpreendida com a manifestação à porta da unidade hoteleira caldense, durante a qual considera que “foram veiculadas informações falsas e caluniosas relativas ao hotel Sana Silver Coast – entre as quais, a de que o hotel proíbe o direito de informação dos seus trabalhadores, o que para nós constituiu uma afirmação grave e de clara má-fé”.Ao nosso jornal o director do hotel Marriott de Óbidos, Paulo Mesquita, referiu que não queria fazer comentários relativamente a este protesto.Já o gabinete de comunicação do Grupo Pestana disse à agência Lusa que estes protestos são o “exercício normal do direito do sindicato à manifestação”.
Pedro Antunespantunes@gazetadascaldas.pt









