
É já na próxima quinta-feira, dia 12, que o sinal analógico de televisão vai ser desligado na maior parte do território nacional, incluindo na Região Oeste. Até lá, quem não tiver televisão paga ou um aparelho recente, preparado para receber a Televisão Digital Terrestre (TDT), deve assegurar a compra do descodificador que permite a recepção do novo sinal pelos aparelhos mais antigos.
O desligamento do sinal analógico foi já feito, ao longo de 2011, em três zonas piloto: Alenquer, Cacém e no concelho da Nazaré, Alfeizerão e Cela.
Neste último caso, o desligamento ocorreu no passado mês de Outubro e houve muita gente que, por ter a antena virada para um retransmissor analógico ainda a funcionar, continuou a receber o sinal de televisão sem problemas.
Agora já não vai ser assim. No dia 12 de Janeiro serão desligados os emissores e retransmissores numa larga faixa do território de Portugal Continental, que abrange cerca de 70% da população portuguesa e onde se incluem os distritos de Leiria, Lisboa e uma parte do distrito de Santarém. O processo de migração para a TDT estará concluído, em todo o país, a 26 de Abril.Mas há que não se deixar enganar. Ao contrário do que muitos operadores de televisão paga querem fazer crer, não é necessário subscrever nenhum serviço para continuar a ver televisão.
Quem já tem televisão paga, não é afectado de maneira nenhuma. Quem tem um aparelho de televisão recente (que siga a norma MPEG4) também não precisa de fazer nada, além de reorientar a antena de televisão para captar um sinal melhor.
Quem tem que se preocupar com a migração para a TDT são as pessoas que têm aparelhos de televisão mais antigos. Nestes casos, basta adquirir um descodificador, à venda em diversas superfícies comerciais e com diversos preços (sendo que os mais baratos rondam os 30 euros).
Pode ainda haver situações excepcionais em que a residência está numa zona que não tenha cobertura terrestre e em que seja necessário receber o novo sinal de televisão por satélite, através de uma antena parabólica. Estes são os casos onde até agora o sinal de televisão já não era recebido em condições e em que a migração vai ficar mais cara, obrigando a mais cuidados.
A TDT é gratuita, sendo apenas necessário custear os aparelhos que permitem a sua recepção. Há um programa de subsidiação que permite um apoio até 22 euros para as famílias que sejam beneficiárias do Rendimento Social de Inserção, para os reformados e para as pessoas que tenham um nível de deficiência igual ou superior a 60%.
Na Nazaré, por ocasião do desligamento da terceira zona-piloto da TDT, o administrador da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) com o pelouro da TDT, Eduardo Cardadeiro, explicou que “para aceder ao apoio basta recolher a factura da compra de equipamento, juntar um documento comprovativo da sua situação e uma prova de residência, enviar para um apartado” consoante as informações disponibilizadas no site www.tdt.telecom.pt ou através do telefone 800200838, esclarece o responsável. Estes são também os contactos que deve utilizar caso tenha alguma dúvida sobre o que fazer para receber a TDT e continuar a ver televisão sem problemas.
De acordo com a ANACOM, a TDT vai trazer mais qualidade à televisão que se vê em Portugal e permitir que em todo o território nacional se possa ver os quatro canais abertos de televisão (RTP 1 e 2, SIC e TVI) sem qualquer problema. “Vamos ter algo muito melhor do que tínhamos antes”, garante Eduardo Cardadeiro.
DECO alerta para possíveis problemas
Nos últimos dias de 2011, a Associação de Defesa do Consumidor (DECO) emitiu um comunicado onde referia que “nem tudo está pronto para mudar já em Janeiro” para a Televisão Digital Terrestre (TDT). A associação diz ver “com preocupação a chegada do primeiro apagão de televisão analógica no litoral do país” que deverá afectar “cerca de um milhão de pessoas”.
Reforçando o alerta de que “não é obrigatório aderir a uma assinatura de televisão”, a DECO aponta ainda que “para as famílias sem televisão por subscrição, a mudança para a TDT não traz vantagens no imediato”, dado que se mantêm apenas quatro canais livres e “nem o canal em alta definição previsto avançou”.
Mas para a associação há algo ainda mais grave. Nas zonas onde ainda subsistem dúvidas quanto à cobertura disponível (se terrestre, se via satélite), a Portugal Telecom (PT) terá aconselhado os residentes “a pagar do seu bolso a técnicos para verificarem a cobertura, o que é inadmissível”, acusa. Por isso, “a associação exige que a PT disponibilize gratuitamente equipas técnicas para informar no terreno”.
Aos consumidores, a DECO recomenda que “se a PT lhe aconselhar a pagar a técnicos para verificar a cobertura de sinal, envie o relato do seu caso (tdt@deco.proteste.pt) para exigir a devolução de quantias pagas indevidamente”. No seu site (www.deco.proteste.pt/tdt) a associação disponibiliza esclarecimentos sobre a TDT, bem como a melhor solução para cada caso.






























