“Serviço Nacional de Saúde tem sido um factor de coesão social e de produção de riqueza”

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mesa1“Em 35 anos o Serviço Nacional de Saúde [SNS] contribuiu para atingir resultados notáveis, apesar de muitos constrangimentos e dificuldades”, declarou o médico Vítor Ramos, durante uma cerimónia de comemoração do 35º aniversário do SNS, que teve lugar na escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, a 12 de Setembro.
Vítor Ramos, que foi fundador da Associação Portuguesa de Médicos de Medicina Geral e Familiar, foi convidado a falar na sessão de encerramento das actividades promovidas pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Oeste, tendo feito uma abordagem histórica da criação deste sistema e dando algumas sugestões para o futuro.
Nesta conferência, o médico esclareceu que o SNS é um “seguro público de saúde, social e solidário, que é pré-pago por todos os cidadãos, tendo-se tornado um factor de coesão social e de produção de riqueza e bem-estar”.
O também professor na Escola Nacional de Saúde Pública, diz que Portugal é o país com melhor evolução na esperança de vida nas últimas três décadas e é o primeiro no declínio da mortalidade infantil em 30 anos.
“A taxa de mortalidade infantil era em 2010 de 2,5%, igual à da Suécia, apenas ultrapassado pela Finlândia, que tem 2,3%”, referiu, acrescentando ainda que, no indicador global para resultados de saúde, Portugal fica acima da média dos países da OCDE, sendo o segundo com melhor evolução entre 1970 e 2009.
O médico sublinhou ainda que, no entanto, Portugal é o segundo país com menor crescimento da despesa total em saúde entre 2000 e 2009, e que “na despesa pública, é o terceiro país em que esta menos cresceu”.
Na sua opinião, o SNS tem feito o seu caminho “proporcionando ganhos em saúde bem visíveis, apesar de diversas disfunções, fragilidades, problemas e contradições”.
Para o futuro, defende que se deve promover a identidade e uma “marca SNS”, modernizar a sua organização, proteger o seu orçamento, racionalizar a utilização dos recursos de saúde e garantir que os profissionais estejam motivados para garantir a qualidade do serviço prestado.
Por outro lado, defende a inovação e promoção da investigação e do ensino de qualidade, mas também que se preste contas “ao cidadão-proprietário-utilizador”.
Também presente nesta sessão, Luís Pisco, vice-presidente da ARS-LVT, salientou que todos os portugueses têm orgulho no SNS. “Ninguém tem dúvida dos seus benefícios e todos testemunham o bom atendimento que têm”, referiu.

Workshops e exposições

Segundo Ana Maria Pisco, directora interina do ACES Oeste Norte, foi a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo que desafiou os vários agrupamentos a realizarem actividades de comemoração do 35º aniversário do SNS.
Para além da palestra de Vítor Ramos, que encerrou o programa de actividades, decorreram durante todo esse dia vários workshops que tiveram como temas os programas que estão a ser desenvolvidos no âmbito do Plano Local de Saúde da Região Oeste Norte para o triénio 2014/16. Os temas abordados foram a saúde mental, o VIH/Sida, as diabetes e o exercício físico.
Estiveram ainda patentes, nos átrios da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, uma exposição com posters informativos sobre as unidades de saúde do ACES Oeste Norte e outra com os trabalhos escolares do projecto “Movimento Escola/Cidade dos Afectos”.

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Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

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