
Redes sociais, arte urbana, associativismo jovem e empreendedorismo foram alguns dos temas discutidos nas Jornadas da Juventude que decorreram durante a semana dedicada aos mais jovens, de 12 a 22 de Abril.
Uma Semana da Juventude em que se recorreu à prata da casa e que foi encurtada, depois de já ter durado duas semanas em 2010 e 2011.
Há dois anos, quando a Semana da Juventude passou a Quinzena, o vereador Hugo Oliveira preconizou que no futuro o evento iria passar a ter um mês de actividades, mas em 2012 a realidade foi bem diferente. “O país está em crise e nós achamos que seria melhor concentrar as actividades numa semana”, explicou o autarca, garantindo que isso não acontece apenas por questões financeiras. “Temos que fazer esta actividade em consonância com as escolas, que têm datas muito bem definidas”, adiantou.
Acabou por ser a Emprega, realizada em parceria com o Ponto de Ajuda, que recebeu o maior investimento no que estava previsto. A Câmara comparticipou com 5.000 euros a realização da feira, mas não houve nenhuma verba destinada apenas às outras actividades realizadas pelo Centro da Juventude. “O orçamento é praticamente zero”, explicou o director daquele centro, Rogério Rebelo.

A organização aposta no estabelecimento de parcerias com outras entidades (principalmente escolas), para promoverem actividades como peças de teatro, concertos e workshops, entre outras.
Segundo Hugo Oliveira, são as associações que sugerem à organização o que deve fazer parte da Semana da Juventude. Dentro desse espírito houve eventos tão díspares como um campeonato de skate e a peça de teatro “Romeu e Julieta Deambulado”.
Quanto às Jornadas da Juventude, que este ano contaram quase apenas com palestrantes locais, tiveram início a 16 de Abril com um painel sobre redes sociais, com a presença de Reginaldo Faria, apresentador do programa da SIC “Falar Global”. O orador falou para uma audiência de jovens, com a noção de que todos estariam a questionar-se “o que é que este cota nos vem dizer que nós não saibamos já”, como o próprio admitiu.
Reginaldo Faria começou a sua intervenção com um rasgado elogio a Hugo Oliveira, de quem disse ser “um homem com uma estratégia larga para as Caldas da Rainha”.
O comunicador tentou deixar algumas pistas sobre a Internet e as redes sociais para que os jovens reflectissem sobre o

seu papel na vida de cada um. “A Internet, para além de ser a maior ferramenta da comunicação, é simultaneamente o maior perigo da comunicação porque nunca diz não”, afirmou, explicando que qualquer pessoa pode descobrir tudo sobre qualquer assunto. “A Internet diz sempre sim. Podem começar numa pesquisa sobre as Caldas e acabar em sites sobre as questões mais fracturantes, como o crime organizado ou a pedofilia”, referiu.
Quanto às redes sociais, “aproximam os que estão longe e afastam os que estão perto”.
O facto de agora vivermos numa aldeia global “faz com que tenhamos de olhar para o mundo de uma forma diferente”, até porque todos se tornaram emissores de comunicação e o receptor de informação deixou de ser passivo. “Deixámos de ter uma comunicação de massas para uma comunicação cada vez mais personalizada e por isso apareceram as redes sociais”, adiantou o especialista. Cada um passou a partilhar e não apenas a receber informação. “Passámos a ser prodo-consumidores, ou seja, somos produtores e consumidores em simultâneo”.
Reginaldo Faria chamou a atenção para o facto de ser impossível controlar toda a informação que se coloca na Internet. “É preciso ter cuidado com tudo o que se publica, por mais inocente que pareça”, disse, até porque nunca se sabe que tratamento será dado a essa informação. “O bom senso deve imperar sempre em tudo o que se faz, inclusive na Internet”, disse.
“Vocês têm que ter competências para navegar na Internet, mas também para navegar a própria vida”, concluiu.
Entre as outras palestras realizadas durante esta semana, destaque ainda para a apresentação sobre Arte Urbana como o artista plástico Nuno Bettencourt na escola secundária Raul Proença, onde se desmistificou algumas questões relacionadas com os grafitis. “Eu não sou a favor ou contra, porque como artista não me compete criticar o que cada um faz”, disse o artista, que actualmente tem preferido actuar de uma forma mais positiva para o meio urbano e sem mensagens políticas. “Eu gosto é de colorir e animar a rua”, afirmou.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
O presidente da Câmara das Caldas e as redes sociais
Estava previsto no programa a presença do presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, durante o debate sobre redes sociais, mas alguém se terá esquecido que este iria estar nesse dia nos Estados Unidos, por ocasião do aniversário da Associação Regional Caldense.
Fernando Costa poderia ter falado nas polémicas que a sua conta no facebook tem suscitado, embora uma delas tenha acontecido já depois destas jornadas da juventude.
No dia do seu aniversário, o edil caldense partilhou na Internet uma fotografia de um jantar de comemoração onde estavam vários autarcas do PSD (vereadores e presidentes de Junta) e recebeu um comentário de um emigrante caldense no Canadá, Vítor Canas, a levantar a suspeita de que seria o erário público a pagar a conta no restaurante. O comentário levantou um coro de protestos dos amigos do presidente e do próprio presidente, que esclareceu que cada terá pago do seu próprio bolso o repasto de todos.
Uma das pessoas que posteriormente comentou, Joana Santos, chamou a atenção para o facto de Vítor Ruas ser emigrante, afirmando “fiquem por lá e não voltem, que nós cá nos vamos desenrascando”. Isto quando no próprio mural de Fernando Costa estão várias fotografias da viagem do edil caldense aos Estados Unidos para visitar a comunidade emigrante originária das Caldas.
Durante o painel sobre as redes sociais, o vereador Hugo Oliveira também confessou que o facto de estar ligado ao twitter e ao facebook também lhe tem trazido alguns dissabores.
Em Maio de 2009 foi notícia no Região de Leiria porque utilizava na altura uma ferramenta associada ao twitter que lhe possibilitava a “compra” de outros utilizadores. O título “Vereador vende colega da oposição no twitter” deu azo a algumas más interpretações, apesar de se tratar apenas de uma brincadeira. “As pessoas ficaram com uma ideia errada”, disse.
Hugo Oliveira também falou da sua experiência no facebook, contando que de início teve algum receio naquilo que mostrava naquela rede social, “mas a partir de certa altura perdi todo esse cuidado”.
Só se deu mal em relação ao facto de estar sempre a colocar no facebook que estava neste ou naquele almoço de trabalho. “Apercebi-me que a mensagem que estava a passar não era a mais correcta”, afirmou, acabando por aconselhar os jovens a pensarem bem no que partilham e quem adicionam nas redes sociais.
Hugo Oliveira poderá também aconselhar o presidente da Câmara a ter mais cuidado com a ortografia do que escreve no facebook.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt






























