Cerca de 105 mil pessoas marcaram presença na segunda edição da Feira dos Frutos. A grande enchente registou-se no último dia de certame, com o concerto dos Xutos & Pontapés, que atraiu ao recinto cerca de 16 mil visitantes.
Na sessão de encerramento o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, fez um balanço positivo do evento, destacando a sua organização e que os visitantes se mostraram agradados com a exposição, venda de fruta e componente científica. A terceira edição já foi anunciada para o mesmo local e o autarca adianta que não pretende fazer mudanças muito radicais. “É evoluir na continuidade, como fizemos este ano”, disse.
Ainda decorria a sessão de encerramento na tenda institucional quando o presidente da Câmara deu ordens para o encerramento da bilheteira. Eram 21h45 e no recinto da feira já estariam cerca de 16 mil pessoas, número limite de entradas estabelecido pela organização. Mas durante todo o dia teriam passado pelo recinto 18 mil pessoas.
A razão de tamanha afluência foi o concerto dos Xutos & Pontapés, a ter início menos de uma hora depois e que marcava o culminar de 10 dias de certame. Antes, passaram pelo mesmo palco Carminho, Dengaz, Richie Campbell, GNR, entre outros artistas.
Tinta Ferreira reconhece que os espectáculos são uma grande atracção e que se não fossem estes, provavelmente, teriam muito menos visitantes. “Podem vir por causa dos concertos, mas acabam por visitar a feira e ter acesso aos produtos em exposição”, referiu o autarca aos jornalistas no final do evento, do qual fez um balanço “francamente positivo”.
O autarca considera que foram superados os objectivos em termos de organização de espaço e do próprio certame, com um maior conforto para os expositores e vendedores de fruta, que este ano foram em maior número. Destacou a apresentação de novos produtos no certame, como foi o caso do Pastel Bordallo, e a participação dos restaurantes e empresas de bebidas, que também cativaram o público.
Também o serviço de estafetas se revelou um sucesso, devendo ser mantido para a próxima edição, assim como a existência de jovens nas principais entradas da cidade a dar informações sobre os parques de estacionamento.
A componente científica teve este ano uma presença mais assídua, com a realização das jornadas técnicas, que permitiram a troca de experiências e promoção de conhecimento científico.
Esta componente mais técnica foi garantida pelo Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN), através de um protocolo com a autarquia. A secretária-geral, Maria do Carmo Martins, referiu que o objectivo do COTHN é fazer a promoção do que de melhor se faz em termos hortofrutícolas no país, daí terem apostado na apresentação dos produtos com Denominação de Origem Protegida (DOP) e Identificação Geográfica Protegida (IGP).
Tinta Ferreira destacou ainda a participação da Associação de Desenvolvimento Industrial do Oeste (ADIO) e Centro de Gestão Agrícola de Alvorninha, imprescindíveis para a realização da Frutos. “É com eles que conseguimos ter a facilidade para poder fazer algum tipo de contratações e investimentos para que a feira resulte”, realçou.
Este ano foram investidos 350 mil euros na feira e, embora a receita ainda não esteja totalmente apurada, a autarquia estima que esta ronde os 250 mil euros.
Agora que o certame terminou, a organização irá reunir e reflectir sobre os aspectos positivos e negativos, mas o autarca não vê razões para proceder a mudanças radicais. “É evoluir na continuidade, como fizemos este ano”, disse, acrescentando que a Frutos já se tornou um elemento de atractividade para as Caldas na segunda quinzena de Agosto. “A feira tem um grande retorno na economia local, nomeadamente na restauração, comércio e hotelaria”, concluiu.
Premiados Frutos 2017
Este ano estiveram a concurso 15 produtos para a categoria Produto Sabor & Qualidade, que foram divididos pelas sub-categorias de pastelaria, confeitaria, frescos e bebidas.
PASTELARIA
1º prémio
Fofo de chocolate e alfarroba com cobertura de framboesa (Fofos da Rainha)
Menção honrosa
Tostadas de alfarroba: bolachas com farinha de arroz, alfarroba e tâmaras para adoçar (Gramas com Sabor)
Pastel de amêndoa (Calé – Industria e Comércio, Lda)
Participação
Pastel sem farinha de trigo, com um fruto seco e uma leguminosa (Pastelaria Machado)
Crepe com maçã e canela coberto com canela e flor de anis (Arte e Come)
Brigadeiros com suspiros e limão (Brigadeiros Felizes)
CONFEITARIA
1º prémio
Doce de morango e framboesa (frutos excedentes de produção própria e típicos da região Oeste) – F. Dimas – Sem Segredos
Menção honrosa
Doce de pera rocha e ginja (frutos excedentes de produção própria e típicos da região Oeste) – F. Dimas – Sem Segredos
Doce de abóbora com pastel de feijão (criação própria que junta dois sabores tradicionais da região Oeste) – Conservas a Oeste
FRESCOS
1º prémio
Morango fresco variedade Albion (produção própria no concelho de Mafra) |Frescos da Vila
Menção Honrosa
Framboesa variedade Kweli (produção própria na região) |F. Dimas – Sem Segredos
BEBIDAS
1º Prémio
Sidra de maçã – Sidrada
Menção honrosa
Espumante de Sidra de Maçã Bruto – Sidrada
Licor creme de pastel de nata – Chocolicor, Lda
Participação
Licor creme de arroz doce – Chocolicor, Lda
Incentivada exportação para países lusófonos
“Na rota das exportações” intitulou a conferência realizada pela Câmara Agrícola Lusófona (CAL) nas Caldas da Rainha, a 21 de Agosto. Na sessão, que decorreu nos antigos Paços do Concelho, os responsáveis por esta associação empresarial que promove a divulgação do agronegócio nos países de língua oficial portuguesa, falaram sobre as possibilidades de internacionalização para estes mercados.
Jorge Santos, presidente da CAL, salientou que Portugal tem ainda um “espaço enorme” de conquista nos países da CPLP, cujos mercados estão em crescimento. Actualmente o vinho e o azeite são os produtos em que Portugal tem maior quota de mercado.
O responsável aponta como razões para a falta de participação dos empresários a pequena dimensão das suas empresas e o receio do risco de entrar nestes mercados. Incentivou, por isso, a que estes se associem, como fez o sector da fruticultura, de modo a ganhar escala e assim serem mais concorrenciais ao nível da exportação.
Na opinião de Jorge Santos, a região Oeste deve estar atenta a estas oportunidades, nomeadamente ao nível da exportação de vinho, fruta e ovos.
Nesta sessão Manuel Anselmo, director geral da CAL, falou das próximas duas iniciativas: uma missão à Guiné Bissau, entre 15 e 22 de Setembro, e outra a uma das maiores feiras de supermercados que se realizam no Brasil, em Belo Horizonte, entre 16 e 22 de Outubro. Apostam sobretudo nos sectores da fruta, vinho, azeite e queijo.
Jorge Barosa, vice-presidente da AIRO, referiu que esta associação tem promovido viagens ao estrangeiro, mas que agora está também a trazer empresários de fora para conhecer as empresas e realidade oestinas.
Dada a escassez de público no evento, justificada pela campanha da apanha da fruta, o responsável da CAL disponibilizou-se a regressar às Caldas, em nova data a combinar com a AIRO, de modo a partilhar com os empresários estas oportunidades de negócio.































