O Santuário do Senhor da Pedra já é um monumento de interesse público. A sua classificação foi publicada no Diário da República de 30 de Julho, que refere o santuário como um “interessante e singular conjunto arquitetónico barroco”, construído entre 1740 e 1747 sob um projecto do capitão Rodrigo Franco, e que “está ao nível das maiores construções do seu tempo”.
O complexo é constituído pelo templo, de planta hexagonal, e pelo adro. Anexos ao corpo central ficam os volumes da capela-mor, da sacristia e das duas torres sineiras, “cuja obra permaneceu inacabada, uma vez que nunca foram construídos os andares superiores e instalados os carrilhões, projetados à semelhança dos do Convento de Mafra”.
A classificação reflecte os critérios relativos ao interesse do bem como “testemunho simbólico ou religioso ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica, urbanística e paisagística e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva”.
De acordo com a publicação, assinada pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, a zona especial de proteção (ZEP) tem em consideração a envolvente urbano-rural do imóvel e a sua fixação visa assegurar a “integridade e as características fundamentais do seu enquadramento, as perspetivas de contemplação e os pontos de vista que constituem a bacia visual na qual se integra”.
A proposta de classificação foi elaborada pela autarquia de Óbidos, tendo em vista a preservação e salvaguarda daquele santuário. A instrução do processo, incluindo o enquadramento histórico e artístico, caracterização arquitectónica, valor patrimonial, cultural e urbanístico, foi realizada sob a responsabilidade de Sérgio Gorjão (actual director do Museu Grão Vasco em Viseu), tendo o processo sido submetido à apreciação da Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo no final de Março de 2010.
O santuário foi construído no século XVII, em memória de D. João V, mas actualmente precisa de uma intervenção ao nível do telhado e coberturas, assim como obras de restauro em telas e peças no interior do templo.
Fátima Ferreira
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