Santo Antão de Óbidos – A grande romaria cristã e pagã

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notícias das CaldasPadroeiro dos animais, Sto. Antão, fez-se eremita no deserto. Celebrado a 17 de Janeiro, em Óbidos perde-se na memória do tempo a romaria que todos os anos tem lugar na pequena capela erigida em sua devoção, atraindo milhares de devotos de toda a região que ali vão pagar as suas promessas pela saúde e bem-estar dos seus animais. Figuras alusivas em cera ou chouriços, são as tradicionais formas de agradecer o atendimento das preces.

Isolado no alto de um monte, com uma magnífica panorâmica sobre o castelo de Óbidos, chegar ao santuário é a primeira prova de fé dos romeiros, sobretudo os mais idosos, obrigados a escalar as centenas de degraus da longa subida, na antecipação de uma festa que dura todo o dia faça chuva ou faça sol. Alguns chegam ao amanhecer, os mais teimosos deixam-se ficar pela noite dentro. Ninguém regressa a casa com fome ou sede.
Cumpridos os deveres religiosos, a tradição manda comer chouriço assado em cima de uma generosa fatia de pão caseiro, regado com bom vinho tinto. No ar elevam-se colunas de fumo das muitas fogueiras comunitárias. Cheira a chouriço. É impossível resistir ao apelo dos aromas da carne assada. Os espíritos soltam-se. A hospitalidade e o ambiente de festa é contagiante num dos arraiais mais característicos e espontâneos de Portugal. O Santo Antão é a grande festa popular de Óbidos.

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O desafio do fotógrafo foi saber integrar-se no ambiente, acabando por ser aceite. Fotografar com descrição na capela durante o serviço religioso e captar a espontaneidade das gentes relaxadas num ambiente de festa popular.

Texto e fotos Carlos Ribeiro,
fotógrafo e viajante

 

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