Salir de Matos prepara Sto. Antão para este fim-de-semana

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Este fim-de-semana há Festa de Sto. Antão em Salir de Matos. Durante a semana mais de uma centena de pessoas de toda a paróquia ajudou a preparar a festa, em especial no que diz respeito à feitura dos chouriços que serão vendidos nos dias 15 e 16 de Janeiro e cujo lucro reverte a favor da igreja local que pretende construir um edifício multiusos para catequese e outras actividades.
Compraram-se 25 porcos que foram transformados em chouriços e que serão vendidos no dia da festa.

Foi na quarta feira, dia 5 de Janeiro, que se procedeu ao corte das carnes. Numa grande tenda colocada nas proximidades da igreja de Salir de Matos, cerca de uma centena de pessoas, munidas de facas afiadas, cortaram em pequenos  pedaços 4200 quilos de carne. Foi um dia inteiro de trabalho. A carne vai dar  origem a 1500 quilos de chouriço que foram feitos pela população durante o último fim de semana.
É também uma oportunidade de conviver com gente que vem voluntariamente participar nesta prática comunitária e que vem dos vários lugares da freguesia.
“As pessoas acabam por aparecer para trabalhar e conviver. Vem gente de todos os lugares da paróquia para ajudar voluntariamente”, disse o padre Filipe Sousa, que está na Paroquia de Salir de Matos há pouco mais de um ano e já ajudou a preparar o Sto. Antão do ano anterior.
A crise também chega às festas populares e por isso foram adquiridos “menos quatro animais que no ano anterior”, disse Carlos Sábio, da organização da festa. O mais moroso será o enchimento dos chouriços pois é um trabalho um pouco mais exigente do que o corte das carnes. E qual o segredo para um bom chouriço? “É ser caseiro e bem temperado”, explicou o organizador, acrescentando que salvo um ano em que a qualidade da carne deixou um pouco a desejar, o chouriço de Salir de Matos habitualmente esgota durante o decorrer da festa. Este ano este será vendido a 10,50 euros o quilo, preço que se tem mantido durante os últimos dois anos. “Achamos que devemos manter o mesmo preço de modo a que toda a gente possa levar um pouco de chouriço para casa”, disse Carlos Sábio.
Depois de cortada a carne, esta é mexida duas vezes por dia e temperada com alho, louro, piripiri, colorau e vinho branco.
A venda reverterá para a paróquia e continua-se a angariação de fundos para a construção de um edifício de apoio com um grande salão, salas para a catequese, apoio social e conferências.

“Antes cada um fumava os chouriços em sua casa”

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Luís Madeira, 82 anos, é dos Cabreiros, mas chegou a ser o principal organizador das festas de Sto. Antão de Salir. Hoje ajuda menos, mas salienta que é uma festividade que proporciona “um convívio saudável entre a malta da paróquia”. Hoje diz que “há mais chouriço e mais malta a participar na festa” pois durante muitos anos “matava-se meia dúzia de porcas e cada um levava chouriços para fumar nas suas casas”. Hoje já há  zonas que se transformam em estufas para fumar os chouriços. Umas das acções que fez questão de sublinhar foi o facto desta festa ter contribuído para a reconstrução do tecto da Igreja.
Matilde Sábio, 51anos, já ajudava no tempo em que “se matavam cá os porcos e se lavavam as tripas usadas para fazer o chouriço”, disse a participante, que é do Guisado e que sempre que pode continua a dar a sua ajuda nesta festa comunitária. Salienta que o mais importante é o convívio nesta festa onde colabora há mais de 20 anos.
“Já participo nesta festa há uns anos jeitosos”, disse António Santos, de 76 anos e que é de Salir de Matos. Agora passou a morar  na freguesia vizinha de Carvalhal Benfeito, mas “associo-me sempre à festa”. É uma oportunidade de rever amigos e de conviver um pouco. O melhor é sempre o dia da festa pois  “come-se um pouco de carne grelhada e bebe-se umas pingas”. Este participante estava desde cedo a cortar carne enquanto explicava que o couro do porco é usado para proteger a mesa enquanto se miga a carne em pequenos pedaços.
Graziela Estêvão, 59 anos participa nesta festa há três anos. Está desempregada e por isso, “apesar de ser um trabalho cansativo, sempre se convive um pouco”. Lamenta já não estar nas limpezas do novo centro escolar da terra e por isso até lhe agrada poder ajudar na festividade da terra. Após ter ajudado no corte das carnes, é preciso esperar pelo dia da festa “que é sempre boa” e atrai gente da toda a região.
Há 24 anos que Helena Rosa Pina participa nestas festividades. “Sou das Cruzes e habitualmente faço parte do grupo que faz as ferraduras cuja venda também reverte para a igreja”, disse orgulhosa.
José Caetano Luís, de 76 anos, é também uma presença habitual nesta festa anual, mas lamenta que já tenham falecido alguns dos participantes e que outros já não possam vir ajudar. Além do interesse económico, destaca o convívio entre as pessoas de toda a paróquia. Apesar de ser uma tarefa que dá muito trabalho, “as pessoas acabam por aparecer para ajudar”, rematou.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt

Segunda–feira é dia de ir ao Santo Antão em Óbidos

Segunda-feira, 17 de Janeiro, é dedicada ao Santo Antão em Óbidos. A festa, das mais tradicionais que realizam na região, continua a atrair milhares de pessoas ao cimo do cabeço onde se encontra a ermida do santo padroeiro dos animais.
Os romeiros, num misto de religioso e profano, sobem os 150 degraus que dá acesso ao cimo do monte, em busca de bênção para os seus animais e também para bons momentos de convívio.
Durante este dia são feitas promessas para a recuperação de um animal doente, ou pedidos de boas ninhadas. Estas são pagas na casa das esmolas ou na sacristia, recebendo o pagador em troca uma vela enrolada numa fita de nastro cor-de-rosa previamente benzida. O costume de pagar as promessas em géneros têm-se vindo a perder ao longo dos anos, optando as pessoas por adquirir um animal de cera. Agora, para dar resposta à procura dos visitantes, a organização compra os chouriços e o pão, que vende durante este dia.
No cimo do monte concentram-se também vendedores de pinhões, chouriços, fruta e doces. Os romeiros fazem fogueiras onde assam os chouriços que são depois acompanhados por bom vinho.  À animação também é uma constante. Os populares levam instrumentos musicais e animam o local, muitas vezes juntando-se a outros e improvisando as músicas.
F.F

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