Acontece com a decoração o mesmo que com as passarelas. Todos os anos há novas modas e inspirações. A diferença está em que não se redecora uma casa com a mesma facilidade com que se muda um guarda-roupa. Carteiras à parte, Gazeta das Caldas diz-lhe quais são as principais tendências de decoração para 2017.
Verde “Greenery”. Foi esta a “cor do ano” eleita pela Pantone, empresa mundialmente conhecida pelo seu sistema de cores na indústria gráfica. Esta é uma escolha que, desde logo, influencia as tendências de moda, publicidade, design e decoração de interiores em cada ano. O verde “Greenery” é semelhante ao verde alface e representa a cor da natureza viva, a esperança e o desejo de reaproximação do homem ao meio ambiente.
Na opinião de Ana Antunes – decoradora do programa “Querido mudei a casa” e autora do blogue “Home Styling” – esta cor será usada em apontamentos decorativos, conjugada com outros tons mais neutros. Além disso, em vez do verde garrido “maçã ácida”, os decoradores optarão preferencialmente por usar tonalidades mais escuras, como o verde cor da folha de Oliveira.
Curiosamente, as cores suaves escolhidas em 2016, Rose Quartz e Azul Serenity, exprimiam a necessidade de equilíbrio num mundo rodeado de caos, velocidade e conflitos. Já o verde alface, este ano, responde ao anseio pelo renascimento e rejuvenescimento.
Outra cor que foi predominante o ano passado e que continua a ser uma tendência é o cinzento (em paredes, móveis e objectos), que se recomenda misturado com os metais em latão e folha d’ouro.
Quanto aos materiais mais populares, destaque para o mármore e para as pedras naturais de aspecto nobre, especialmente quando conjugadas com madeira e metais. De influência escandinava surgem os painéis em ferro e vidro, que são cada vez mais utilizados como paredes e muito úteis para dividir pequenos espaços ou criar dinâmica em divisões maiores.
De volta está a cortiça que pode ser mesmo utilizada como substituta do papel de parede, tendo a vantagem de ser um material versátil e ajustável, capaz de tornar um espaço mais acolhedor. O tijolo terracota é outra aposta ganha e que surge para substituir a anterior tendência dos materiais brancos e da decoração minimalista. Pretende-se criar um ambiente quente e campestre, mais próximo da natureza.
Os motivos orientais também estão na moda, presentes em elementos decorativos de traço contemporâneo, como um candeeiro ou um painel.
Ana Antunes sugere conjugar diferentes texturas no mesmo espaço, realçando as texturas naturais como as ráfias, rattans, linhos grossos e madeiras de aspecto inacabado. Ao que parece peças de mobiliário em pele artificial também são tendência este ano, como cadeiras, sofás, almofadas e tapetes.
Se o tema de conversa forem os papéis de parede, há que estar atento aos padrões com plantas – semelhantes quase a grandes quadros inspirados na natureza – e aos metalizados, uma moda que vem do ano passado mas que continua actual e é solução para quem gosta de revestimentos sofisticados.
Continuam em voga o estilo industrial e as linhas geométricas. Sobre esta última tendência, está não só visível ao nível dos acessórios em tecido (cortinados, almofadas e tapetes) como nos azulejos.
E porque 2017 é um ano de mudanças, Ana Antunes refere no seu blogue que é preciso arriscar e sair da zona de conforto no que respeita aos sofás. Deixemos de lado os brancos, bejes e cinzentos claros e apostemos em sofás que marquem pela diferença e ousadia, em tons verdes, verdes-azulados, azuis e rosas. O mesmo se aplica à iluminação, que este ano irá assumir o protagonismo do espaço.
Electrodomésticos também entram na decoração
Os electrodomésticos sempre foram objectos funcionais e continuam a sê-lo. A diferença é que actualmente existe a preocupação para que também sejam bonitos e, em alguns casos, verdadeiras peças de design. Escusado será dizer que esta não é uma opção para todos os bolsos, pois se os electrodomésticos já não são baratos à partida, muito menos quando também são objectos de decoração.
Esta tendência surge porque cada vez mais a cozinha é um espaço de encontro para a família e amigos e não apenas aquela divisão onde se confeccionam as refeições. Por isso mesmo deve existir preocupação para que o seu ambiente seja tão agradável quanto o resto da casa. Esta ideia é reforçada no conceito é aberto, ou seja, quando cozinha e sala são contínuas uma da outra. Neste caso os dois espaços devem estar em perfeita harmonia, incluindo acabamentos que não choquem nem confundam o olhar: cozinha e a sala funcionam como um só, sem diferentes protagonismos.
Quanto à disposição e material dos electrodomésticos é fundamental que, além de elegante, continue a ser prática e funcional. O frigorífico deve estar próximo da zona de preparação das refeições, enquanto o fogão deve estar mesmo ao lado da bancada. Mas atenção em não colocar o frigorífico encostado ao fogão.
Hoje em dia os “cooktops” (placa de fogão) conferem modernidade à cozinha, bem como maior facilidade ao nível da limpeza, mas implicam que o forno seja adquirido à parte, pelo que é necessário avaliar se existe espaço para as duas peças. Uma dica para acertar na decoração da cozinha é escolher electrodomésticos que façam parte da mesma linha e fabricante.
































