Rotários homenagearam Sá Lopes, o professor por paixão

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FotoHomenagemUm homem com H grande, um pedagogo, pessoa de consensos e um exemplo a seguir, foram algumas das características atribuídas a Luís Sá Lopes, homenageado este ano pelos rotários caldenses como o profissional do ano. A cerimónia, que se realizou no passado dia 18 de Janeiro, na Lareira, juntou cerca de 80 pessoas, na sua maioria professores que não quiseram deixar de homenagear o colega, nascido em Viana do Castelo, mas que exerce a sua actividade profissional há quase meio século nas Caldas da Rainha.

Homenageado pela sua actividade de docente exercida na cidade desde 1967, Luís Sá Lopes considera que há uma condição sine qua non necessária para se ser educador –  é ser “bem educado”. E essa educação deve partir da família, mas também da escola, pois ele próprio, enquanto aluno, foi aprendendo as bases para a actividade de docente, sobretudo no terceiro ciclo e secundário. “E houve aqueles que me inspiraram positivamente e outros que não gostaria de imitar”, disse, dando o exemplo de dois casos extremos de professores seus.
Também a tropa lhe permitiu “conhecer melhor a nossa gente”. Ao ingressar no serviço militar, Luís Sá Lopes teve contacto com a “triste realidade do atraso cultural de muitos jovens”, sobretudo em Santa Margarida, onde aos milhares se tinham que preparar para a guerra colonial, “muitos analfabetos com uma ansiedade de  aprender a sobreviver ao que os esperava”, recordou.
Em 1967 chega à Escola Industrial e Comercial das Caldas da Rainha, “a brilhar, acabada de ser inaugurada”. Pensava que seria uma passagem curta, mas acabaria por ali ficar, durante mais de 30 anos, primeiro como professor e depois como presidente do Conselho Directivo, já da denominada Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.
“Creio que os alunos perceberam que eu gostava do que estava a fazer, que tinha uma boa formação e que falava com facilidade a linguagem deles. E sempre me preocupei em ir para além dos conteúdos formais”, recordou o docente. No seu discurso, Luís Sá Lopes disse que tentou ser justo, responsável, inovador e que, como tem um “temperamento contido”, foi bem aceite pela escola.
No início da década de 90 abraça um novo projecto, a Escola Técnica e Empresarial do Oeste (ETEO), que cresceu  num clima “ajustado” à sua maneira de ser, disse. Sá Lopes, que ali exerce funções de director pedagógico, continua a acreditar que é possível ter um ambiente “confortável na escola, aliando a liberdade à responsabilidade”, destacando o grupo de trabalho “afinado” que forma com Filomena Rodrigues, também da direcção da escola.
O homenageado reconheceu ainda que os professores têm hoje muito mais trabalho do que ele teve no seu tempo, devido à carga burocrática que outrora não exisitia, e considera que a escola deve ser um “lugar de paz, um refúgio ou asilo dos jovens que têm em casa, ou na cidade, condições de violência e toda a espécie de carências”.
No seu discurso não poderiam faltar palavras à sua esposa, Isabel Sá Lopes, de que diz ter recebido, “em questões de educação e outras, há mais de 50 anos, uma verdadeira formação contínua”.

Autarca durante oito anos

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Entre os convidados foram muitos os que quiseram partilhar histórias e as qualidades humanas do educador. Os professores, vestindo a pele de jograis, declamaram algumas quadras em homenagem ao amigo.
“Homem sério, honesto, de respeito”, foram alguns dos adjectivos usados pelo rotário e ex-docente da ETEO, Carlos Lopes, para caracterizar o também “homem de consensos e apaixonado pelo ensino”. Já o antigo director do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha, Mário Gonçalves, falou também das actividades de índole política, social e cultural que Sá Lopes desempenhou. Após as autárquicas de 1985, foi vereador, pelo PS, com o pelouro da Educação durante oito anos.
Mário Gonçalves recordou ainda que ambos foram camaradas em campanhas eleitorais durante a década de 80 e depois conviveram com frequência, dadas as funções exercidas na ETEO e no centro hospitalar. Integraram também a primeira direcção da Liga dos Amigos do Museu de José Malhoa e a sua “actual condição de presidente da mesa da Assembleia Geral é por demais relevante, por simbolizar uma relação mais íntima com uma associação que ajudou a criar”, disse Mário Gonçalves.
A interagir com o agora homenageado há 25 anos, a directora da ETEO, Filomena Rodrigues, caracterizou-o como um homem de valores, gerador de consensos e, sobretudo, um homem de bem. “A marca que deixou nos jovens é uma semente que já deu e continuará a dar os seus frutos”, acrescentou, referindo-se à sua vocação de professor.
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, destacou o contributo que Sá Lopes tem dado na formação dos jovens e enalteceu a capacidade que tem em “focar-se no essencial e não ligar muito ao acessório”. O vereador da Educação, com o Alberto Pereira, que foi também seu colega na Bordalo Pinheiro, considerou-o um “exemplo enquanto profissional e pessoa”.
Nesta cerimónia foi também admitido um novo elemento no clube rotário, a solicitadora Esmeralda Maurício.

Empresas proporcionaram Natal mais feliz a bombarralenses carenciados

A campanha solidária de angariação de cabazes de Natal, dinamizada pelo Rotary Club do Bombarral na época de Natal, permitiu levar “um pouco mais de calor da nossa comunidade a alguns lares menos afortunados do concelho”, refere Manuel Patuleia, deste clube rotário.
Cerca de 30 empresas doaram bens alimentares e produtos de primeira necessidade que permitiram que uma centena de agregados familiares tivessem tido uma época festiva mais confortada. O clube rotário manifesta, assim, o seu apreço, “por essas oferendas dignas, solidárias e socialmente avançadas, que nos permitiram partilhar um pouco do que nos sobra com os que quase nada têm para si”, refere em nota de imprensa.

 

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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