Resultados definitivos dos Censos 2021 confirmam aumento da população idosa e redução da população jovem no Oeste

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Região tem mais 971 habitantes do que há 10 anos, um crescimento sustentado pelo aumento da população da faixa etária acima dos 65 anos e também pelo número de estrangeiros com residência, que já totalizam 10% do total. Nível de qualificação da população também aumentou e licenciados superam os 15%

 

Os dados definitivos dos Censos 2021 vieram confirmar, e quantificar, a questão do envelhecimento da população do Oeste. A região ganhou população, contra a corrente generalizada do próprio país, mas esse crescimento foi praticamente limitado aos concelhos com ligação territorial à Grande Lisboa e reflete, sobretudo, o aumento da população estrangeira que aqui se radicou, para trabalhar, ou para passar a reforma. De resto, há uma tendência clara de decréscimo de população em todas as faixas etárias, exceto acima dos 65 anos, na qual o aumento de população foi muito significativo.
Os 12 concelhos do Oeste tiveram um ligeiro incremento na população residente em 2021, para um total de 363.540 habitantes, mais 971 do que o apurado nos Censos 2011, com uma variação de 0,3%. Mas este é um crescimento de população muito particular. A divisão por grandes grupos etários mostra um decréscimo de 13,3% no número de crianças. São menos 7.328 habitantes com idades entre os 0 e os 14 anos, no espaço de uma década. O grande grupo entre os 15 e os 65 anos, que integra a principal fatia da população ativa, também perdeu acima dos 7 mil residentes, o que traduz um decréscimo de 3,1% em relação a 2011. É na população reformada que a região recupera a totalidade das perdas, com a população com mais de 65 anos a aumentar em mais de 15 mil habitantes (21,2%).
No que respeita aos concelhos do Oeste Norte, Óbidos foi o único que não perdeu população, crescendo até acima da média do Oeste (1,3%), com mais 150 residentes. Todos os concelhos do Oeste Sul aumentaram a população.
Voltando ao Oeste Norte, Alcobaça (-1.728) e Peniche (-1.324), foram os que perderam maior número de residentes, mas em termos proporcionais, Cadaval foi o que mais perdeu (6%). Caldas da Rainha perdeu 819 habitantes (-1,6%), com particular incidência na faixa etária mais baixa (18,2%).
Ainda no número total da população, há mais um dado a destacar. Todos os concelhos da região perderam população na faixa etária mais jovem, e apenas 4 abaixo dos 10%, e todos ganharam população na faixa etária mais velha, quase todos acima, ou muito perto, dos 20%.
A população do Oeste aumentou na última década, mas isso deve-se também ao acréscimo de população estrangeira a residir na região, que, segundo os Censos 2021, atingiu a fasquia dos 10% da população total. De resto, a população residente no Oeste com nacionalidade portuguesa reduziu de 2,6%, o que corresponde a menos 8.672 habitantes, no espaço de uma década.
O concelho de Alcobaça foi o que mais contribuiu para este número, com menos 3 mil residentes de nacionalidade portuguesa a residir no território, seguido das Caldas da Rainha, que perdeu mais de 2.500 habitantes nacionais. Mas este decréscimo é generalizado. Apenas Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras viram os residentes de nacionalidade portuguesa aumentarem.
Já as comunidades estrangeiras a residir no Oeste aumentar de forma substancial nos últimos 10 anos. No conjunto dos 12 concelhos, há mais 9.643 residentes de nacionalidade estrangeira, para um total de 36-411, o que representa um crescimento de 36%. Torres Vedras é o concelho com maior crescimento neste capítulo, 2.431 habitantes, seguido das Caldas da Rainha (1.796) e Alcobaça (1.328). Mas é Óbidos que apresenta o maior crescimento homólogo (71,2%).
Caldas da Rainha é o concelho com maior peso de residentes estrangeiros na população residente (12,7%), mas Alenquer, Lourinhã e Óbidos também apresentam números acima dos 10% neste particular.
Outro dado significativo que a leitura dos Censos 2021 permitem concluir é um claro aumento da qualificação da população do Oeste. A população iletrada baixou de 11,7% para 6,1%, uma redução superior e 5 ponto percentuais que é acompanhada pela população com o nível mais baixo de escolaridade (4º ano), que passou para 24% da população. Este continua, mesmo assim, a ser o nível de escolaridade mais abrangente na população da região, embora agora em igualdade com o ensino secundário (12º ano), que subiu 8,7 pontos percentuais, para os 24%.
A população com curso superior subiu para os 15,5%, mais 4,3 pontos percentuais em 10 anos. Arruda dos Vinhos é o concelho com mais população licenciada (21,5%), seguido das Caldas da Rainha (18,5%). ■
jribeiro@gazetadascaldas.pt

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