
De acordo com aquele responsável, estes profissionais são os “elementos mais importantes” das IPSS porque conhecem verdadeiramente os problemas e as pessoas e fazem a ponte entre elas e os funcionários.
“Acho que utentes e funcionários só terão a ganhar com o bem-estar dos directores técnicos, pois ninguém faz um bom trabalho se não estiver motivado”, disse Fernando Gonçalves, chamando a atenção para o tema do encontro.
O director distrital da Segurança Social lembrou que esta entidade transfere, por ano, mais de 50 milhões de euros, para as IPSS e apelou para que estas tentem ser justas na admissão dos utentes. “Não faz sentido que uma pessoa que não precisa de apoio social venha a entrar primeiro numa instituição do que um indigente”, salientou, pedindo para que todos tomem uma posição no sentido de tornar o sistema mais justo.
Também o representante da União das Misericórdias, José Pereira, destacou a necessidades destes encontros para os profissionais e a pertinência do tema, que é transversal a todas as categorias profissionais. Apesar deste ser o sétimo encontro anual, é a primeira vez que se dirige a directores técnicos das áreas da infância e da deficiência, além da terceira idade.
O responsável referiu que é necessário trabalhar mais em rede e que estas iniciativas são um bom caminho. “A partilha de boas experiências e também de problemas, permite que a vossa carga fique um bocadinho mais leve”, salientou.
Na cerimónia de encerramento, o provedor da Misericórdia de Óbidos, Carlos Orlando, felicitou a organização pela escolha do tema, uma vez que muitas vezes o director técnico “passa despercebido” na instituição.
Lembrou que aquela terra estava intimamente ligada aos temas sociais desde 1309, altura em que a rainha Santa Isabel ali mandou construir a primeira gafaria (hospital para leprosos). Dois séculos depois foi também nesta terra que a rainha D. Leonor criou uma misericórdia, com apoio régio, e que este ano comemora os seus 500 anos.
O responsável disse ainda estar convicto que os directores técnicos saíram de Óbidos melhor preparados para “gerir toda a agitação de sentimentos e abalos afectivos, evitando distúrbios fisiológicos ou psicológicos, causados pelo sublime e imprescindível exercício da sua profissão”.
Carlos Orlando falou ainda da experiência partilhada pela investigadora universitária, e durante bastante tempo directora técnica da Misericórdia de Alvaiázare, Helena Ventura, para a caracterizar de um exemplo do que deve ser este profissional. “Uma pessoa que não está fechada no seu gabinete, mas em contacto directo com os utentes e seus familiares, que está ao serviço da instituição 24 horas por dia e durante todo o ano”, resumiu.
Este foi o primeiro ano que o encontro se realizou a sul do distrito. De acordo com Maria João Severiano, directora técnica da Santa Casa da Misericórdia de Óbidos e uma das organizadoras do evento, com o tema deste ano quiseram chamar a atenção para uma profissão que é muito exigente. “Todos os dias trabalhamos com pessoas, todas diferentes e para as quais temos que interpretar diferentes papeis, e temos que lidar psicologicamente com isso”, explicou.






























