Responsáveis técnicos têm papel fulcral nas IPSS

0
630

notícias das Caldas“É preciso que os técnicos passem a ter um papel mais interventivo no que respeita às pessoas que entram nas instituições de solidariedade social”. Este o apelo que o director do centro distrital de Leiria da Segurança Social, Fernando Gonçalves, deixou aos cerca de 130 profissionais que estiveram presentes, no dia 27 de Maio, no VII Encontro Anual de Directores Técnicos do Distrito de Leiria, que decorreu em Óbidos.

De acordo com aquele responsável, estes profissionais são os “elementos mais importantes” das IPSS porque conhecem verdadeiramente os problemas e as pessoas e fazem a ponte entre elas e os funcionários.
“Acho que utentes e funcionários só terão a ganhar com o bem-estar dos directores técnicos, pois ninguém faz um bom trabalho se não estiver motivado”, disse Fernando Gonçalves, chamando a atenção para o tema do encontro.
O director distrital da Segurança Social lembrou que esta entidade transfere, por ano, mais de 50 milhões de euros, para as IPSS e apelou para que estas tentem ser justas na admissão dos utentes. “Não faz sentido que uma pessoa que não precisa de apoio social venha a entrar primeiro numa instituição do que um indigente”, salientou, pedindo para que todos tomem uma posição no sentido de tornar o sistema mais justo.
Também o representante da União das Misericórdias, José Pereira, destacou a necessidades destes encontros para os profissionais e a pertinência do tema, que é transversal a todas as categorias profissionais. Apesar deste ser o sétimo encontro anual, é a primeira vez que se dirige a directores técnicos das áreas da infância e da deficiência, além da terceira idade.
O responsável referiu que é necessário trabalhar mais em rede e que estas iniciativas são um bom caminho. “A partilha de boas experiências e também de problemas, permite que a vossa carga fique um bocadinho mais leve”, salientou.
Na cerimónia de encerramento, o provedor da Misericórdia de Óbidos, Carlos Orlando, felicitou a organização pela escolha do tema, uma vez que muitas vezes o director técnico “passa despercebido” na instituição.
Lembrou que aquela terra estava intimamente ligada aos temas sociais desde 1309, altura em que a rainha Santa Isabel ali mandou construir a primeira gafaria (hospital para leprosos). Dois séculos depois foi também nesta terra que a rainha D. Leonor criou uma misericórdia, com apoio régio, e que este ano comemora os seus 500 anos.
O responsável disse ainda estar convicto que os directores técnicos saíram de Óbidos melhor preparados para “gerir toda a agitação de sentimentos e abalos afectivos, evitando distúrbios fisiológicos ou psicológicos, causados pelo sublime  e imprescindível exercício da sua profissão”.
Carlos Orlando falou ainda da experiência partilhada pela investigadora universitária, e durante bastante tempo directora técnica da Misericórdia de Alvaiázare, Helena Ventura, para a caracterizar de um exemplo do que deve ser este profissional. “Uma pessoa que não está fechada no seu gabinete, mas em contacto directo com os utentes e seus familiares, que está ao serviço da instituição 24 horas por dia e durante todo o ano”, resumiu.
Este foi o primeiro ano que o encontro se realizou a sul do distrito. De acordo com Maria João Severiano, directora técnica da Santa Casa da Misericórdia de Óbidos e uma das organizadoras do evento, com o tema deste ano quiseram chamar a atenção para uma profissão que é muito exigente. “Todos os dias trabalhamos com pessoas, todas diferentes e para as quais temos que interpretar diferentes papeis, e temos que lidar psicologicamente com isso”, explicou.

- publicidade -

 

- publicidade -