Para requalificar o Forte de S. Miguel Arcanjo, no Sítio da Nazaré e os acessos ao edifício e à praia, a Câmara terá de investir um milhão de euros. Este é o compromisso da autarquia com o Estado, que lhe cedeu aquele edifício histórico por 25 anos. A Câmara irá candidatar-se a fundos comunitários, mas afiança que “a recuperação será sempre assegurada”. O projecto de arquitectura será assinado por João Rapagão.
O Forte de S. Miguel Arcanjo, no Sítio da Nazaré, será requalificado pela Câmara num investimento de meio milhão de euros, ao qual acresce mais meio milhão para os acessos ao forte e à praia do Norte. A autarquia ainda vai candidatar o investimento a fundos comunitários, mas afiança que “a recuperação será sempre assegurada, ou por via de financiamento externo ou por via da receita gerada pelo monumento ou por ambos”.
Fonte oficial do município diz que “o forte é autossustentável”, sendo a renda “facilmente assegurada” pelas entradas no edifício. É que desde que reabriu ao público, em Julho de 2014, já registou mais de 350 mil visitas. A entrada custa um euro, sendo que 10% desse valor reverte para um fundo de requalificação do imóvel. Ou seja, a 10 cêntimos por pessoa, estamos a falar de cerca de 35 mil euros.
A infraestrutura militar, que foi mandada construir em 1577 por D. Sebastião, tornou-se um símbolo da resistência popular quando, nas primeiras invasões francesas, a população expulsou as tropas de Napoleão que o haviam ocupado. No início do século XX recebeu um farol e mais recentemente tornou-se a casa do projecto das ondas gigantes North Canyon.
Em resposta a questões da Gazeta das Caldas, a autarquia esclareceu que “o forte manterá a disposição actual”, com a surfer Wall (espaço museológico ligado ao surf) e um centro interpretativo do Canhão da Nazaré, numa parceria com o Instituto Hidrográfico. Terá ainda espaço para manter as actuais iniciativas, para uma exposição histórica do forte e outro para mostras temporárias.
O forte foi cedido pelo Estado à Câmara em Junho de 2017 por um período de 25 anos, sob o compromisso de a autarquia investir um milhão de euros na sua recuperação. A obra deverá estar concluída em 2019, ainda que a Câmara não se comprometa com prazos até estar concluído o projecto de arquitectura.
PROJECTO DE ARQUITECTURA SEM CONCURSO PÚBLICO
Já foi anunciado que o projecto para o edifício, considerado de interesse público, será do arquitecto João Rapagão, que visitou recentemente o local. Em nota de imprensa o arquitecto afirmou que pretende conjugar a história daquele espaço com aquilo que é a Nazaré actual e a “sua vocação para os desportos de mar e as ondas gigantes, em particular”.
O projecto custará 37.600 euros e não houve concurso público porque “dada a especificidade do monumento, as recomendações e exigências da Direcção-Geral do Património Cultural, assim como a necessidade de celeridade do processo, entendeu a Câmara contactar directamente um arquitecto de reconhecido mérito, com um volume de trabalho de qualidade e reconhecimento inequívocos”.
Em nota de imprensa Walter Chicharro, presidente da Câmara da Nazaré, havia referido que “espera ter a proposta de projecto de arquitectura e de especialidades dentro em breve”.
A autarquia pretende, depois de concluída a reabilitação, negociar com o Estado no sentido de isentar a Câmara de pagar a renda ao proprietário (fixada em 2520 euros mensais).






























