
Foram precisos mais de quatro meses, mas as seguradoras autorizaram finalmente a remoção os escombros resultantes do incêndio que a 1 de Agosto destruiu totalmente os sete bares das ‘mini-docas’ da Foz do Arelho. A Administração Regional Hidrográfica (ARH) do Tejo já deu orientações aos proprietários para que o espaço seja limpo, o que deverá acontecer por estes dias.
A autarquia caldense continua a trabalhar no projecto de requalificação daquela zona, mas a sua execução vai depender do financiamento de fundos comunitários. Por isso, não se sabe quando o espaço ganhará nova vida.
De acordo com Carlos Castro, chefe de divisão do Gabinete Sub-Regional do Oeste da ARH Tejo, os ofícios que notificam os proprietários dos bares para que procedam à limpeza dos destroços foram enviados na passada sexta-feira, dia 9 de Dezembro, e definem um prazo de 15 dias úteis para que os trabalhos sejam feitos. Uma autorização que para Fernando Horta, presidente da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, “demorou muito” a chegar.
“As seguradoras tiveram que averiguar, mas não entendo como a Polícia Judiciária libertou o espaço em cerca de duas semanas e as seguradoras demoraram mais de quatro meses“, disse à Gazeta das Caldas.
Pouco tempo depois do incêndio, Fernando Horta tinha alertado para a urgência em se limpar os destroços, dado o perigo público que estes podiam representar. A zona afectada pelo incêndio tornou-se atracção turística e foram muitas as pessoas que por lá passaram. E se nos primeiros tempos a área estava bem delimitada, as fitas dos bombeiros e da Polícia Marítima que impediam o acesso ao local foram caindo e agora qualquer pessoa podia chegar perto dos destroços.
Tal como tinha já acontecido quando a aberta da Lagoa de Óbidos quase chegou à marginal da Foz, também neste caso se verificou um “turismo de tragédia, que não é positivo de maneira nenhuma”, lamenta o autarca. Mas sem os bares, Fernando Horta teme que as pessoas percam o hábito de ir passear até à Foz e comprar nas bancas de mariscadores que ainda se mantêm a funcionar na zona.
Por isso, o presidente da Junta de Freguesia espera que o processo de requalificação do espaço seja agilizado e deixa a promessa de que “dentro das suas possibilidades, a Junta vai ajudar. Temos interesse que se resolva o mais depressa possível”, refere.
Já o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Fernando Costa, ressalva que para se reerguerem os bares é necessário requalificar toda a zona envolvente, mas que “é impensável fazer tudo isso em 2012”. No projecto que está a ser elaborado pela autarquia, prevê-se que a zona a ocupar pelos bares seja maior do que a que existia até ao incêndio. O que ainda não se sabe é se os proprietários afectados pelas chamas vão investir nos novos estabelecimentos a construir na Foz do Arelho.
Actualmente, o espaço é da competência da ARH, mas está a ser ponderada a hipótese da sua gestão passar para o Município. “Se assim for a Câmara dará preferência aos que tinham bares até aqui, para que passem a ser os donos dos novos bares”, garante Fernando Costa.
O projecto deverá contar com financiamento do Mais Centro – Programa Operacional Regional do Centro, mas o mesmo já não é garantido para os estabelecimentos. “Espero, ainda não tenho garantias, que os próprios donos dos bares tenham que os fazer e possam ficar donos deles”, diz Fernando Costa, que ainda assim quer “ver se nessa candidatura é possível eles também integrarem a realização dos bares com alguns apoios comunitários”.






























