Além do apoio com a doação de bens, equipas da região mobilizaram-se para resgatar refugiados e ajudar na fronteira
No momento em que esta edição sair para as bancas, a comitiva de cinco bombeiros de Óbidos já estará na Polónia, junto à fronteira da Ucrânia, para uma missão de ajuda humanitária, com a duração de duas semanas. Saíram do quartel na segunda-feira de manhã e à sua espera tinham cerca de 3.400 quilómetros de viagem, mas também a vontade férrea de ajudar um povo em sofrimento.
No mesmo dia partiram quatro ambulâncias, completamente cheias de bens, que se vão juntar a mais uma que já tinha seguido e que serão depois enviadas para vários pontos daquele país em conflito.
O grupo de bombeiros voluntários, liderado pelo chefe Carlos Jorge, que concretiza a sua primeira missão internacional, possui conhecimentos de primeiros socorros e irá prestar apoio à população refugiada na Polónia. Numa primeira fase irá ajudar na distribuição dos bens que têm vindo a ser recolhidos na região das Caldas e de Óbidos. A caminho vão já seis camiões com bens alimentares, medicamentos e roupas, destinados às famílias e crianças mais necessitadas, sobretudo aquelas que estão nos campos de refugiados junto à fronteira da Ucrânia. Com a comitiva dos bombeiros segue também uma tenda de campanha, que permite o alojamento de 10 pessoas e que pode ser usada para o alojamento temporário durante um período de duas semanas. O comandante dos Bombeiros de Óbidos, Marco Martins, juntar-se-á posteriormente para fazer a avaliação e perceber se têm condições para continuar no local mais algum tempo e, caso isso aconteça, a equipa regressará a Óbidos, sendo rendida por outra.
De regresso a casa está outra equipa de voluntários, cansados mas com o sentimento de dever cumprido. Elementos das Juntas de Freguesia das Gaeiras e do Olho Marinho, o vice-presidente da Câmara de Óbidos e voluntários, partiram a 5 de março para a Polónia para trazer 11 crianças e 6 mulheres ucranianas para junto das suas famílias residentes nestas freguesias. O diário dessa viagem humanitária é relatado por Ricardo Duque no site da Gazeta das Caldas.
Jovens solidários
“Resistimos Juntos, Vencemos Juntos”. A frase, colocada num dos vários cartazes erguidos pelos alunos da Escola Secundária Raul Proença, mostra bem o espírito de união entre todos para com as vítimas deste conflito. Na manhã de sexta-feira mais de mil juntaram-se no campo de jogos da escola, muitos deles vestidos de amarelo e azul, fizeram um minuto de silêncio pela Paz e, no final gritaram, três vezes, “Paz na Ucrânia”.
Frente a todos os colegas, professores e funcionários estavam as jovens de origem ucraniana, Tatiana Tetyanych, e russa, Anastásia Vrabie, que apelaram à ajuda de todos e mostraram a união que existe entre os dois povos. Anastasia, que é também coordenadora do grupo da escola da Amnistia Internacional falou das consequências da guerra e da violação dos direitos humanos e destacou a importância do gesto simbólico dos colegas, para que os ucranianos percebam que “não estão sozinhos”. A jovem, filha de um russo e de uma moldava, que residem em Portugal desde 2000, reconheceu que há preconceito para com o povo russo e defende que a temática do conflito seja mais debatida nas escolas. Vão também pedir a todas as turmas que escrevam uma carta em Inglês ou Ucraniano para mandar aos civis e organizar mais recolhas de roupas e medicamentos. Tatiana Tetyanych reforça a ideia de que se trata de direitos humanos e pediu para não discriminarem os colegas russos, que sofrem como eles, ucranianos.
Esta iniciativa decorreu, à mesma hora, nas várias escolas que compõem o agrupamento, envolvendo um total de 2.400 alunos. Destes, 25 são estudantes ucranianos, 11 moldavos e 8 russos.
A EHTO realiza hoje, 10 de março, um jantar solidário com a Ucrânia, no seu restaurante pedagógico. Composto por comida típica do país, tem um custo de 20€ e as reservas podem ser feitas através do 262 001 500 ou luis.tarenta@turismodeportugal.pt. ■































