Regata da Gazeta e Museu é muito mais do que uma corrida de barcos a remos no lago

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Mais do que a vertente competitiva, a Regata procura criar momentos divertidos e memórias boas na comunidade

Evento tem vindo a crescer de ano para ano e, mais do que uma corrida de barcos a remos no lago do Parque D. Carlos I, já é um momento de diversão, encontro e convívio para os caldenses

“Esta foi a melhor regata de sempre”, exclamaram os organizadores, no rescaldo da edição deste ano do evento, produzido pela Gazeta das Caldas e Museu do Hospital e das Caldas, com o apoio da Câmara e da União de Freguesias de N. Sra. Pópulo, Coto e São Gregório.
A iniciativa surgiu numa recriação das regatas do século XIX e primeira metade do século XX, no lago do Parque D. Carlos I e, de ano para ano, tem vindo a afirmar-se e a crescer, sendo um momento aguardado na cidade.
A diversão, o encontro e o convívio que a Regata proporciona são os grandes trunfos e o concurso de indumentária contribui para a brincadeira. Este ano havia piratas, patos e marinheiros, uma equipa vinda dos tempos medievais e até os croquetes da Frigosto.
O cenário é, por si só, convidativo. São Pedro foi aliado, com um dia quente de sol. Entre os cerca de 200 participantes há os que remam desde a primeira edição, mas todos os anos há também estreantes.
Com um total de 32 equipas participantes, apuravam-se, em quatro eliminatórias, oito equipas para a ronda final, a realizar, como é tradição, à noite. Mas muito mais do que essa vertente competitiva, aqui conta a diversão, ainda que, logicamente, todos queiram fazer o melhor resultado possível, especialmente neste ano em que estavam em jogo bilhetes para o festival Rock in Rio em Lisboa.
Ao fim das primeiras quatro eliminatórias e com os finalistas apurados, fazia-se uma pausa na atividade no lago. As atenções focavam-se agora no relvado em frente ao Museu José Malhoa, onde iria decorrer a primeira prova Xarlie, uma corrida de jogos tradicionais, intervalados com cerveja e sidra, que proporcionou divertidos momentos aos participantes e à plateia. Num percurso com quatro etapas em torno do relvado, as equipas tinham que, em modo estafeta, fazer corrida de sacos de serapilheira, correr com uma bola entre as costas de dois participantes, correr de costas e terminar em skis duplos, sempre a beberem cerveja ou sidra em cada paragem.

A vitória foi para Os Amigos do Lemos, uma equipa de amigos de Marcelo Jacinto, caldense que trabalha no Instituto de Sistemas e Robótica e que todos os anos traz os seus colegas de Lisboa para conhecerem a Regata.
“Gosto bastante da Regata e a prova Xarlie torna-a ainda mais divertida, foi uma tarde bem passada”, disse o jovem. O seu colega André Potes só conhecia as Caldas de passagem e “foi uma boa surpresa este dia, não sabia o que íamos fazer além da Regata, estivemos a jogar à bola no parque enquanto esperávamos”, contou, elogiando a diversão que o evento proporciona.
Entretanto, acaba-se a prova Xarlie, jantamos na zona dos comes e bebes, no antigo parque de bicicletas e voltamos ao Lago, onde irá decorrer a final, a três voltas, no sentido inverso ao dos ponteiros do relógio.
“Os Desconhecidos” – uma equipa formada à última hora para preencher uma desistência e que tinha a particularidade de os participantes não se conhecerem entre si – , foi a grande vencedora.

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Jonathan Castro, que é brasileiro e que reside nas Caldas há dois anos, integrou esta equipa por acaso, com a sua tia, Edna Santos, que estava de férias na cidade. No barco iam com o caldense António Vidigal (a remar), a sua filha e um casal brasileiro que não conheciam. Acabaram o dia a ganhar um bilhete para ir ao Rock in Rio no dia em que lá atua a brasileira Ivete Sangalo.
“Foi uma grande sorte e foi um dia muito divertido, num grande evento, está de parabéns a Gazeta e o Museu”, referiu. “Além do prémio também ganhámos novos amigos. Obrigado Gazeta das Caldas!”, concluiu Jonathan.
A melhor indumentária foi para a AJ Rent, com bóias em forma de pato, panamás e com muita animação ao longo do dia, incluindo, por exemplo, uma saída de “pista” para cumprimentar os adeptos. Destaque também para Os Bravos de 86, que cumpriram a tradição de, no final, ir a banhos, tendo este ano a companhia das Bravas, que resgataram, a nado, uma bola de futebol junto à ilha.
Ao longo do dia houve jogos de xadrez com a Associação Peão Cavalgante junto ao lago, aulas de kayak no lago pelo desporto escolar do Agrupamento de Escolas Raul Proença e um treino aberto de rugby pelo Caldas Rugby Clube em frente ao Museu José Malhoa. Na zona do palco, no antigo parque de bicicletas, houve zumba e pilates com os Pimpões, bodybalance com o Balance e uma aula de condição física para pais e filhos pela Escola Vocacional de Dança das Caldas. O NDA Vidais também tinha um stand com atividades e havia insufláveis da Supimpa Kids para os mais novos brincarem.

A integração da Rota do Voluntariado Local e a entrega de um cão guia por parte do Rotary Club das Caldas à surfista Marta Paço (ver reportagens à parte) foram mais-valias ao evento.
No encerramento da edição deste ano da Regata, Dora Mendes, do Museu do Hospital e das Caldas, ressalvou que a organização do evento dá muito trabalho, mas muito gosto.
Já Fernando Xavier, presidente da Cooperativa Editorial Caldense, que detém a Gazeta, afirmou que “ficamos profundamente agradados por servir a população e criarmos toda esta união entre as pessoas”, agradecendo os apoios recebidos.

“Para o ano, quando a Gazeta fizer 100 anos, ainda vai ser melhor”, prometeu. As comemorações dos 50 anos da Cooperativa e dos 100 anos do jornal começam já em outubro deste ano e incluem colóquios, exposições e uma gala de honra. “Se até lá conseguirmos ultrapassar as dificuldades e conseguirmos sobreviver”, ressalvou, apontando a mais cem anos. O mesmo responsável elogiou a ideia da rota do voluntariado e considerou que foi “o casamento perfeito” com a Regata.
Por sua vez, o presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, agradeceu à Gazeta e ao Museu pela iniciativa de organizarem este evento, elogiando o envolvimento e a diversão que a Regata proporciona. ■

 

 

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