Diversos voluntários participaram na acção, entre eles elementos da outra IPSS da Igreja Evangélica, que garante um refeitório social em Lisboa
O refeitório social, que começou a funcionar na cidade há cerca de um mês, preparou para os seus utentes uma refeição na véspera de Natal. O espaço, cuidadosamente preparado e acolhedor para quem não tem local onde passar a consoada, abriu as portas às 17h00 e foi recebendo durante o final da tarde, mais de 40 utentes a quem diariamente presta serviço.
Em dia de festa, o tradicional bacalhau foi substituído por uma feijoada de coelho, oferecida por um casal que teve conhecimento da iniciativa, arroz de pato, enviado pela Escola de Sargentos do Exército, e outros pratos confeccionados pelos voluntários. Também não faltaram as filhós, o arroz doce e o tradicional bolo-rei, que foi oferecido por uma padaria do Louriçal, Pombal.
Os utentes receberam também presentes, desde pijamas, camisas a artigos de higiene, direccionados consoante a necessidade de cada um. Estes donativos foram oferecidos por diversas pessoas solidárias. As funcionárias do Laboratório de Análises Branco Lisboa juntaram-se e doaram alguns bens, assim como os elementos do grupo da Acção Social da autarquia que deram produtos de higiene.
Já os pijamas, camisas e toalhas foram oferecidos pelo comerciante Carlos Monteiro, da Arte Real. “O objectivo é que este dia não passe em branco para esta população, que é já uma família de 60 pessoas a quem servimos as refeições”, afirmou à Gazeta das Caldas Carmo Oliveira, presidente da direcção do projecto de Refeitório Social “Geração que ama o próximo”.
Com cerca de um mês de funcionamento o refeitório tem sido procurado diariamente por cerca de 60 pessoas. De acordo com a responsável a população é muito variada e vai desde sem abrigo, toxicodependentes e pessoas com problemas de álcool, a outros carenciados encaminhados pela Segurança Social, Acção Social da Câmara e Centro de Emprego. “O que tentamos é ajudá-los, animá-los e, com o começo do ano, tentar encontrar directrizes e novas saídas para as suas vidas”, explicou Carmo Oliveira, acrescentando que se têm criado laços de interajuda e apoio entre as entidades.
Uma refeição quente que permitiu aos utentes passar uma consoada em “ambiente familiar”
A responsável destaca ainda que o ambiente que se vive na instituição é ”extraordinário”, e o feedback tem sido muito bom também da parte dos utentes e das outras instituições. “Da parte da nossa comunidade já sabíamos que isso ia acontecer, mas está a ser uma agradável surpresa verificar que se passa o mesmo por parte dos outros voluntários presentes, que dizem que estar no refeitório é um dia que esperam que venha com ansiedade”, conta Carmo Oliveira.
A presidente da direcção realça a harmonia que o projecto está a ter e que estão a conseguir mostrar que pretendem fazer um trabalho sério na cidade, do ponto de vista social.
Este projecto é dinamizado pela Associação Nova Aliança, uma IPSS ligada à Igreja Evangélica e tem por objectivo ajudar as pessoas que se encontram numa situação económica e social desfavorável, facultando-lhes a refeição, mas também ajudando na sua inserção. Situado nas instalações da própria Igreja – na Rua da Praça de Touros, nº 57 r/chão – o refeitório serve uma refeição diária, de segunda a sexta-feira, entre as 12h00 e as 14h00. À sexta-feira é feito um reforço, com a distribuição de alimentos ou comida cozinhada, para o fim-de-semana. No entanto, o objectivo não é receber as pessoas para ali almoçar, mas que estas levem a comida para casa, fazendo uma refeição em família.
Os primeiros tempos de funcionamento já mostraram que era uma necessidade premente na cidade e as voluntárias acreditam que o número de utentes possa aumentar no próximo ano. “Estamos à espera e temos capacidade para mais pessoas”, conta Carmo Oliveira, especificando que já adquiriram um novo bico de fogão para despachar de forma mais rápida as refeições que são prestadas.
Diariamente os voluntários vão também buscar os excedentes da Escola de Sargentos do Exército e os Bombeiros das Caldas sempre que realizam uma festa, também lhes entregam os bens que sobram.