
Uma sopa, sandes e uma peça de fruta é a refeição com que as famílias carenciadas podem contar, desde a semana passada, no refeitório social que abriu na cidade. Este projecto da Associação Nova Aliança, uma IPSS ligada à Igreja Evangélica, tem por objectivo ajudar as pessoas que se encontram numa situação económica e social desfavorável, facultando-lhes a refeição, mas também ajudando na sua inserção social ou profissional.
Situado nas instalações da própria igreja – na Rua da Praça de Touros, nº 57 r/c – o refeitório serve uma refeição diária, de segunda a sexta-feira, entre as 12h00 e as 14h00. À sexta-feira é feito um reforço, com a distribuição de alimentos ou comida cozinhada, para o fim-de-semana. No entanto, o objectivo não é receber as pessoas para ali almoçar, mas que estas levem a comida para casa, fazendo uma refeição em família.
A ideia começou há um ano, quando numa das recolhas do Banco Alimentar foi proposto à equipa desta comunidade avançar com um refeitório social. Desde então têm trabalhado para criar as infra-estruturas necessárias, como uma cozinha semi-industrial e os equipamentos que possam garantir a conservação dos alimentos.
“Todo esse trabalho é fruto de muito empenho da nossa comunidade e da ajuda de alguns empresários da cidade”, destaca Carmo Oliveira, presidente da direcção do projecto de Refeitório Social “Geração que ama o próximo”.
Durante este tempo de preparação foi também criado um folheto com o regulamento do refeitório, onde vêm expostos os direitos e deveres, tanto dos utentes como dos voluntários.
“Vamos tentar ser um projecto sério“, disse a responsável, adiantando que já contactaram algumas instituições que promovem cursos de formação profissional no sentido de depois poderem dirigir os utentes. “Não pretendemos só dar a sopa, mas criar condições para que a pessoa seja valorizada a nível pessoal, social e profissional”, diz Carmo Oliveira, acrescentando que isso irá melhorar a sua auto-estima e facilitar a sua inserção na sociedade.
O refeitório social está ligado em rede com a Rede Social das Caldas e com a Segurança Social, o que lhe permite fazer o cruzamento de dados e descartar a possibilidade de uma pessoa receber ajuda alimentar em mais do que uma instituição.
De três em três meses será reavaliada a situação económica de cada utente.
Carmo Oliveira refere que os dados são sigilosos e que o facto de incentivarem a pessoas a ir buscar a comida para fazerem a sua refeição em casa permite que estas não fiquem expostas. A responsável dá mesmo o exemplo de casos de famílias que estão momentaneamente em situação de carência e que não gostam de mostrar a situação de fragilidade económica em que se encontram.
O projecto assenta em doações da comunidade da Igreja Evangélica, tendo o investimento sido praticamente nulo. Os alimentos recebidos provêm do Banco Alimentar do Oeste, mas também de muitas dádivas de particulares que souberam da existência desta instituição.
A equipa pretende ainda angariar os excessos de alguns restaurantes, que poderão distribuir no dia seguinte pelos utentes.
A trabalhar encontram-se cerca de 30 voluntários, entre elementos desta Igreja e de outras crenças religiosas, o que faz deste refeitório “um projecto social”, explica Carmo Oliveira. A equipa está identificada com t-shirts vermelhas e tem criadas todas as condições para os utentes ali encontrarem um ambiente acolhedor.
“Aproveitar ao máximo tudo porque há muita necessidade”, é o lema deste projecto que garante que não irá discriminar ninguém, mas que tem regras próprias para o seu bom funcionamento.






























