Recluso queixa-se das refeições no Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha

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Numa carta dirigida à nossa redacção, um recluso do Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha, que não quis identificar-se por medo de represálias, denuncia a má qualidade das refeições ali servidas.

Na carta é referido que os alimentos ali servidos “têm sido objecto de muitas queixas apresentadas à direcção, bem como aos guardas prisionais, pela manifesta falta de qualidade e mesmo uma má confecção”, mas que até ao momento nada foi feito. O recluso conta ainda que no dia 15 de Março ao jantar foram servidos aos reclusos “douradinhos de peixe estragados que tinham um cheiro fétido, o que nos causa indignação e sentimo-nos de alguma forma desprezados por todos aqueles que poderiam agir e não o fazem”, conta.
A somar a estas queixas, é ainda mencionada a existência de uma máquina de “vending”, usada pelos reclusos mediante pré-pagamento que é creditado numa chave electrónica, mas que “diariamente ao seleccionarmos o produto, que é de imediato deduzido na chave, a máquina não faculta o produto escolhido”, conta o recluso, adiantando que também esta situação já foi relatada aos responsáveis, “quer prisionais, quer junto dos proprietários da máquina, mas nada foi feito para a arranjar ou ressarcir os lesados”.
Confrontada com estas acusações pelo nosso jornal, a Direcção Geral dos Serviços Prisionais (DGSP), esclarece que “as refeições são fornecidas aos estabelecimentos prisionais por empresas de restauração que se habilitam a concurso público internacional”, sendo que no Estabelecimento Prisional das Caldas o serviço é prestado pela empresa Uniself e que “a qualidade do produto fornecido não tem sido alvo de quaisquer reparos que a ponha em causa”.
A DGSP referiu ainda que “até à data não foi formalizada qualquer reclamação e que as refeições são controladas pelos responsáveis do Estabelecimento que, quando necessário e oportuno fazem as chamadas de atenção para aspectos de pormenor, no que têm sido atendidos”.
Quanto à máquina de vending, a mesma entidade adianta que também não tem conhecimento de qualquer problema com esta, e acrescenta que a empresa responsável pela mesma entrega uma percentagem das vendas, que reverte para o fundo comum das cantinas, que constitui receita da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, e se destina, juntamente com outras receitas, a fazer face a despesas, nomeadamente de educação, ensino, animação sociocultural, apoio à reintegração e formação profissional dos reclusos, às indemnizações e encargos derivados de acidentes de trabalho dos reclusos.

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Ana Elisa Sousa
asousa@gazetadascaldas.pt

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