A cantora caldense Rebeca deslocou-se, na passda terça-feira, à Associação Social e Cultural Paradense para partilhar com as crianças e com os idosos a sua história de superação da doença
“Em qual das maminhas é que tiveste cancro?”, perguntou a pequena Adriana, de 10 anos, numa sessão com a cantora Rebeca, em que esta partilhou a sua história de superação desta doença a crianças e idosos.
“Quantos tipos de cancro existem?”, “Sente-se dor?”, “Porque é que te tiraram o cancro?” ou “Conseguias comer quando tinhas exames?” foram outros exemplos das questões dos mais pequenos.
Uma das crianças contou que o pai sofria desta mesma doença. “De certeza que ele vai enfrentar a doença e superá-la. E tu tens de acreditar nele e apoiá-lo”, respondeu Rebeca.
A sessão decorreu na tarde de 4 de Fevereiro, na Associação Social e Cultural Paradense, no Chão da Parada (Caldas da Rainha) e juntou no pavilhão da associação uma centena de pessoas.
A maioria eram os jovens alunos da escola primária desta localidade, com idades entre os 6 e os 10 anos. Depois, participaram os utentes do Centro de Dia desta colectividade e algumas pessoas da comunidade que ficaram interessadas com o tema.
A cantora caldense teve uma conversa franca e aberta com a plateia, sem grandes floreados e com uma linguagem acessível. Partilhou as maiores dificuldades no processo de luta contra esta doença e salientou a importância da confiança no médico. “Por vezes, queremos ouvir coisas que não são possíveis dizer, como quando perguntei ao meu cirurgião se ele pensava que me ia safar e ele não me sabia responder”, contou. “Há respostas que custam muito entrar na nossa cabeça”, afirmou.
Depois, o suporte familiar é fundamental e Rebeca contou com o apoio da sua família.
Sobre a alimentação e as mudanças que adoptou (um tema que também despertou a curiosidade das crianças), a cantora salientou a importância de uma alimentação saudável, do exercício físico e de rastreios constantes. “Cuidado com a soja e com os rebentos de soja, que provocam cancro de mama”, alertou.
DIFERENÇAS ENTRE PAÍSES
Rebeca fez ainda notar que, em Portugal, o Estado concede uma comparticipação de 3500 euros por cada tratamento de imunoterapia. Rebeca fez 18. “Temos de agradecer ao Estado português por comparticipar estes tratamentos, porque por exemplo no Brasil o Estado não paga estes tratamentos às mulheres. Ou pagam por elas ou morrem”, alertou.
Outra curiosidade que a cantora partilhou foi que hoje em dia toma um total de 25 comprimidos por dia.
Da plateia, Cecília Duarte, de 68 anos, optou antes por partilhar a sua história. Ela que com 38 anos fez um exame no IPO e o médico lhe garantiu que aos 50 anos iria ter cancro. “Nunca contei isto a ninguém, mas a verdade é que estou com 68 anos e felizmente ele não apareceu, mas continuo a fazer os exames de rastreio regularmente”, contou. No final, à Gazeta das Caldas, elogiou a sessão.































