Os rankings das escolas referentes a 2017 foram no passado fim-de-semana divulgados por vários jornais nacionais e tanto o Colégio Rainha D. Leonor (CRDL) como a Escola Secundária Raul Proença estão entre as melhores do distrito, tanto nas listas do Expresso, como nas do Público. Ambos os estabelecimentos estão no top 10 do distrito tanto no ensino secundário como nos exames do 9º ano. A Rafael Bordalo Pinheiro é a 16ª melhor do país no escalão intermédio dos factores sócio-económicos.
Público e Expresso apresentam listas diferentes, até porque seguem diferentes critérios para a elaboração dos seus rankings. No Público – que utiliza os resultados de Biologia, Matemática, Português, Física e Química, Geografia, História, Filosofia e Matemática aplicada às ciências sociais –, é a Raul Proença que surge como a escola mais bem classificada da região e no segundo lugar a nível distrital, com média de 11,99 valores (numa escala até 20). O CRDL surge em quarto no distrito e em 66º no país, com média de 11,67. A Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro também integra o top 10 do distrito, no nono lugar, com média de 11,12. Este estabelecimento surge em 117º lugar a nível nacional, com uma subida de 85 lugares.
BORDALO PINHEIRO BEM CLASSIFICADA
Destas três escolas, a Rafael Bordalo Pinheiro é, no entanto, a única que não se encontra no Escalão 3 (o mais favorecido dos três escalões que têm em conta os factores sócio-económicos). E no escalão em que esta se encontra – o segundo – surge como a 16ª melhor a nível nacional. No distrito, apenas quatro escolas estão acima: a EBS Henrique Sommer (Leiria), a ES Porto de Mós e a EBS Batalha. Registe-se ainda que esta escola caldense subiu 21 lugares em relação ao ranking do ano passado.
Em Óbidos, a EBS Josefa de Óbidos caiu 232 lugares face ao ano passado e surge em 499º lugar a nível nacional, com média de 9,27. Entre as escolas do Escalão 1 – o mais desfavorecido em factores sócio-económicos – está no 117º posto. No distrito apenas quatro escolas secundárias foram integradas neste escalão e a de Óbidos surge em terceiro. Duas das restantes três escolas também ficam na região. A EBS Fernão do Pó, que neste escalão foi a melhor do distrito com média de 10,73, e a EBS de São Martinho do Porto, que foi a quarta com média de 8,25.
Já o ranking do Expresso – elaborado com as médias de Biologia, Matemática, Português e Física e Química – , coloca à frente o CRDL, inclusivamente como a melhor escola do distrito. O colégio do Grupo GPS é o 34º melhor no país, ou seja, surge 32 lugares mais à frente do que na lista do Público.
No ranking do Expresso, para as escolas com mais de 100 provas realizadas, as três escolas caldenses surgem dentro do top 5 do distrito. A Raul Proença é terceira (52º a nível nacional) e a Bordalo Pinheiro, que reforça a posição no top 100 nacional com a posição 78, é quinta no distrito. As médias apresentadas por estas escolas variam entre os 12,6 e os 11,78 valores.
Neste ranking, Caldas é o quinto concelho com melhores médias a nível nacional 12,14. Figueiró dos Vinhos surge à frente com 15,2, mas é de salientar que se trata da média de apenas um aluno. Antes das Caldas estão ainda Trofa (12,36), Arruda dos Vinhos (12,3) e Anadia (12,24). Só há mais um concelho no país com média acima de 12 valores: Póvoa do Varzim com 12,11.
CALDAS ENTRE O MELHOR E O PIOR NO 9º ANO
Nos exames do 9º ano continuam a ser a Raul Proença e o CRDL a liderar na região. A escola situada no Bairro dos Arneiros obteve uma média de 62,31 pontos em 100 possíveis no ranking do Expresso, o que a coloca como a oitava melhor do distrito. Logo atrás vem o CRDL, com 62,18 pontos. As duas escolas ficam à beira do top 200 nacional, num total de 1221 escolas.
Desempenhos bem diferentes tiveram as escolas Rafael Bordalo Pinheiro e de Santa Catarina, que pertencem ao mesmo agrupamento. A Rafael Bordalo Pinheiro é a última da lista de 57 escolas do distrito de Leiria, com uma média de 36,26 pontos. Apenas 21 escolas obtiveram classificação pior no país. A escola de Santa Catarina surge no 55º lugar no distrito, com média de 46 pontos.
De resto, a maioria das escolas da região encontra-se no último terço da tabela. Entre elas estão ainda mais duas escolas caldenses, a EBI Santo Onofre (49º com 47,7) e a D. João II (50º com 47,52) e também a EBS Josefa de Óbidos (53º com 46,96).
Na primeira metade surge o Colégio Frei Cristóvão (21º com 57,37).
As classificações anteriores são do ranking do Expresso, mas não diferem muito no do Público.
No entanto, é de referir que os escalões definidos pelo Público, colocam as escolas de Santa Catarina e a Rafael Bordalo Pinheiro no escalão 1, o menos favorecido, contexto partilhado por apenas mais quatro escolas no distrito.
CURSOS PROFISSIONAIS
O Expresso abre este ano o ranking às escolas profissionais e Caldas tem, também neste âmbito, uma das melhores colocadas do país. É a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, que surge no 33º lugar a nível nacional e em segundo no distrito. Nas 10 melhores do distrito surge ainda a Escola Técnica e Empresarial do Oeste, em sétimo lugar. A Rafael Bordalo Pinheiro surge em 22º e é a que tem mais alunos formados (111). A Raul Proença também está nesta lista mas sem resultados atribuídos.
A EBS Josefa de Óbidos é 29ª entre as 36 do distrito.
Ministro contra os rankings
De ano para ano tem diminuído a excitação em torno dos rankings das escolas, na mesma proporção em que se levantam as vozes que questionam e desmontam esta seriação dos resultados dos exames como se fossem as classificações de um qualquer campeonato entre escolas.
Este ano há um aliado de peso na campanha de desvalorização dos rankings, que, recorde-se não são feitos pelo Ministério da Educação (que se limita a tornar públicos os resultados), mas sim pelos jornais. Tiago Brandão Rodrigues disse que não era “adepto” destas estatísticas “porque sei que o bom trabalho que se faz nas escolas vai muito além dos rankings”. Em declarações à Lusa, o governante disse ainda que “as escolas públicas são muito mais do que as notas dos exames de fecho de ciclo” e que “são os exames, mas também todo o trabalho que se faz, todos os dias, em contextos socioculturais e económicos tão diferentes e que precisamos todos de valorizar”.































