
A Quinzena da Juventude, que teve início na segunda-feira, continua esta manhã, 6 de Maio, com uma performance dos alunos de Artes Performativas da EBI de Santo Onofre no auditório do Centro da Juventude, às 10h30, e uma conversa sobre Dança com Márcio Ratinho, a partir das 14h30, no mesmo local.
O “Parlapiê de Dança” decorre no âmbito do Festival das Artes, organizado por um grupo de alunos da Escola Secundária Raul Proença. “Quisemos dar acesso aos alunos das Caldas a actividades relacionadas com o cinema, música, fotografia, teatro e dança que, infelizmente, são áreas que não são muito estudadas nas escolas”, explicou à Gazeta das Caldas Leonor Rodrigues, uma das alunas envolvidas.
Durante a tarde o Festival das Artes, cujas actividades dominaram quase por completo o calendário da primeira semana da Quinzena da Juventude, promove ainda três workshops de Breakdance (Hugo Silva), Hip-Hop (Walter Morais) e Dança do Ventre (Cátia Rodrigues).
À noite a Associação Portuguesa para o Estudo e Prevenção dos Abusos Sexuais de Crianças promove um workshop no Centro de Juventude sobre o projecto “Child Assault Prevention (CAP)”.
Amanhã, 7 de Maio, um grupo de alunos da Secundária Raul Proença e do núcleo de Formação da Viatura Médica de Emergência e Reanimação do CHON promove uma formação em suporte básico de vida no centro comercial Vivaci, das 10h00 às 13h00.
À noite os alunos do curso de Técnico de Turismo da Escola Técnica Empresarial do Oeste promovem o Baile da Chita no Céu de Vidro.
No domingo os mesmos alunos promovem um “Open Day” nas unidades hoteleiras da região.
De 9 a 10 de Maio as escolas do 2º e 3º ciclo do concelho vão receber acções de sensibilização sobre navegar em segurança, promovidas pela Fundação para o Desenvolvimento das Tecnologias de Informação.
A EBI de Santo Onofre realiza dois torneios de futsal no dia 9. A 11 de Maio, às 15h00, vai ter lugar um workshop de yoga no Centro da Juventude. No mesmo dia serão exibidos filmes no colégio Rainha D. Leonor.
O Clube de Ciência da Escola Secundária Raul Proença promove
na próxima quinta-feira, 12 de Maio, uma actividade para alunos do 9º ano de todas as escolas do concelho, com jogos, experiências interactivas e demonstrações de Química, Física, Biologia e Matemática.
POUCA DIVULGAÇÃO
Saber o programa da Quinzena é que pode ser difícil, uma vez que este nem sequer se encontra disponível em nenhum local na Internet. Apesar da existência do portal da Juventude no sítio da Câmara das Caldas e da página do Centro de Juventude no Facebook, o programa não está disponibilizado, tendo apenas chegado aos órgãos de comunicação social através do Gabinete de Imprensa da autarquia. No evento criado no Facebook aparece apenas referência a algumas actividades, sem horários ou locais.
A última página da edição da semana passada da Gazeta, onde foi publicado parte do programa, acabou por servir como referência aos interessados em participar.
Evento quase a custo zero
Segundo o director do Centro da Juventude, Rogério Rebelo, os cortes orçamentais levaram a que a Quinzena tivesse de ser realizada “com o mínimo dinheiro possível”, tendo-se conseguido um resultado quase a custo zero.
Para tal recorreram ainda mais às escolas do concelho para que os alunos participassem com actividades. “É uma organização conjunta da Câmara, do Centro da Juventude e de todas as escolas e centros de formação profissional das Caldas”, explicou.
É por isso que os alunos caldenses assumem um papel importante nesta Quinzena da Juventude. “São eles próprios que estão empenhados e que deixam uma marca na cidade”, sendo que o Centro de Juventude serve como entidade que faz de “chapéu” dos eventos realizados.
É também por falta de verbas que os painéis de discussão este ano não se realizaram no CCC. “É uma sala que tem de ser paga e para minimizarmos custos estamos a fazer os eventos no Centro da Juventude e em algumas escolas”, referiu Rogério Rebelo, que até acha que faz mais sentido deslocarem-se aos estabelecimentos de ensino.
Valter Vinagre abriu Quinzena para falar de Fotografia
A sessão de abertura da Quinzena e o primeiro painel dedicado às Redes Sociais, previstos para a manhã de 2 de Maio, foram adiados porque o convidado, Reginaldo de Almeida (professor da UAL e responsável pelo programa “Falar Global) sofreu um pequeno acidente. Está prevista a realização deste painel na próxima segunda-feira à tarde, 9 de Maio, em hora ainda a confirmar.
O primeiro evento da Quinzena acabou por ser o “Parlapiê de Fotografia”, com a participação de Valter Vinagre (Margarida Araújo a outra convidada não pôde estar presente), no auditório da ETEO.
A conversa desenrolou-se com o professor Edgar Ximenes, que recordou os tempos em que Valter Vinagre participava na oficina de fotografia da Escola Secundária Raul Proença, que aquele docente dinamizava nas décadas de 80 e 90.
“Logo nessa altura, em 1985, apercebi-me que ele não era pessoa para fazer coisas demasiado convencionais”, comentou o professor.
Valter Vinagre contou aos alunos presentes na sala, a maior parte alunos do curso de fotografia da ETEO, que, depois de ter experimentado outras formas de expressão artística, foi em 1985 que descobriu “que aquilo que eu queria como forma de expressão individual era a imagem fotográfica”.
A conversa passou por temas como a diferença entre fotografar a preto e branco ou a cores, a qualidade do digital e a possibilidade de se viver desta arte, como profissão.
Valter Vinagre lembrou os tempos em que fez reportagem fotográfica para a Gazeta das Caldas, mas também para jornais como o Público e o Expresso. “Era um tipo de fotografia que exigia pouco da interiorização do discurso” e por isso decidiu apostar mais na fotografia de autor.
“Não quero que sejam imagens apenas bonitas ou feias. Quero que as imagens ponham as pessoas a reflectirem sobre o que lá está”, explicou.
Actualmente o fotógrafo trabalha em dois projectos, um relacionado com a prostituição e outro com a fome.
A esta conversa seguiu-se um workshop de fotografia com Marcos Pinto, presidente da Associação dos Fotógrafos Profissionais.
Valter Vinagre distinguido com Prémio de Fotojornalismo
Valter Vinagre, que “nasceu” para a fotografia nas Caldas da Rainha, recebeu o segundo prémio na categoria Ambiente do Prémio de Fotojornalismo do festival Estação Imagem Mora 2011.
O trabalho premiado, intitulado “Animais de Estimação”, faz parte uma série sobre animais empalhados. Valter Vinagre aborda a forma como a taxidermia os transforma em objectos de decoração. Os animais selvagens aparecem em locais públicos e os domésticos nas casas dos seus antigos “donos”.
As imagens dessa série estão a fazer uma digressão internacional no âmbito do projecto E.CO (encontro colectivo de fotógrafos euroamericanos).
Das 462 reportagens fotográficas a concurso, o colectivo Kameraphoto, do qual Valter Vinagre faz parte, recolheu seis prémios.
Um dos elementos do Kameraphoto, Nelson d’Aires, venceu o Prémio Internacional de Fotojornalismo Estação Imagem/Mora, o maior galardão de fotojornalismo actualmente atribuído em Portugal.
O portfólio vencedor, “Leandro”’, aborda as buscas no rio Tua e retrata a família do menino de 12 anos que morreu afogado naquele rio depois de ter sido vítima de “bullying” numa escola de Mirandela.






























