Quem nos visita

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notícias das Caldas“Para se conseguir visitar todos os locais e praias é preciso ir de automóvel”

GAZETA DAS CALDAS – É a primeira vez que vêm às Caldas da Rainha?
COLIN SKYRME – Aqui sim, mas já é a segunda vez em Portugal. Estivemos em Silves, no Algarve.

GC – Como ouviram falar da região?
CS – Por sugestão de um amigo do meu filho, que é dono da casa onde estamos, em Óbidos.

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GC – Do que viram até agora, o que é que gostaram mais?
CS – Acho a arquitectura interessante. A cidade tem muitas boas estradas próximas, principalmente a auto-estrada, que não é demasiado congestionada. É um local bastante limpo, com excepção dos graffitis, e bastante seguro. A Praça da Fruta tem também produtos de muita qualidade e um bom ambiente. Há muita cultura local para ver.

GC – E do que gostam menos?
CS – Não temos a certeza se vocês têm muitos problemas com animais abandonados, mas vamos vendo alguns, ainda que seja semelhante ao que se passa em Inglaterra. O trânsito é muito apertado e há muitas rotundas (risos)!

GC – Notam diferenças de preços significativas entre os dois países?
CS – Para nós, pagar dez euros para entrar na Feira Medieval de Óbidos, por exemplo, é o equivalente a pagar 12 euros num edifício em Bath, que é uma antiga cidade romana, logo é turística. De resto, os combustíveis têm um preço semelhante, uma máquina fotográfica que comprei também, mas é em coisas como bebidas ou refeições que pagamos bastante menos aqui.

GC – O que mais procuram nos locais que visitam?
CS – Gostamos de apreciar as culturas locais. Quando estivemos em Lisboa gostámos de ver o contraste entre edifícios antigos e modernos. O nosso neto, por exemplo, gosta dos vossos bares porque não fecham muito cedo à noite. Mas também apreciamos as boas praias, que são locais para passar tempo de qualidade com toda a família.

GC – Como avaliam a rede de transportes da região?
CS – A rede de autocarros não parece ser muito vasta e precisámos de alugar um automóvel no aeroporto para chegar à casa onde estamos. O meu filho, que já cá tinha estado, sabia onde era, e por isso era mais fácil com o automóvel. E mesmo depois de cá estar, para se conseguir visitar todos os locais e praias é preciso ir de automóvel. Em Bath, porém, já seria possível fazer esse tipo de trajectos com os transportes públicos.

GC – Tem uma opinião formada sobre Portugal?
CS – Basicamente, acho que vocês não andam tão apressados como no nosso país. Ainda assim, a vossa condução nem sempre corresponde a essa descontração.

GC- Como vê a actual situação financeira portuguesa?
CS – Acho que dentro dos países que têm o euro, quase todos estão a passar tempos difíceis – a Grécia bastante, países como a Alemanha parecem estar bem, e outros como a França e a Inglaterra estão-se a aguentar razoavelmente. Com Portugal e Espanha parece-nos que a situação tanto pode ir por um bom ou um mau caminho. Mas no fundo achamos um problema mundial e não nacional – com a minha idade já passei por quatro recessões e esta é a pior, mas penso que em cada uma delas as pessoas voltam mais fortes.

Óscar Morgado
omorgado@gazetadascaldas.pt

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