O revestimento em pedra da fachada da Escola Básica (EB) de Alvorninha descolou e colocou em risco a comunidade daquele estabelecimento com a queda de várias pedras. O problema, que se arrasta desde Fevereiro, começou a ser solucionado no passado fim-de-semana através da fixação das pedras com parafusos. A Câmara das Caldas vai proceder a uma monitorização pelos restantes centros escolares a fim de despistar problemas idênticos.
Em Fevereiro começaram a cair várias pedras do revestimento da fachada da EB de Alvorninha. O problema não é novo, nem naquele estabelecimento, nem no conjunto de cinco centros escolares que foram inaugurados entre 2009 e 2010 no concelho.
No entanto, nunca o problema tinha assumido tamanha extensão como desta vez. “Enquanto na EB de Santo Onofre a situação era circunscrita, em Alvorninha caíam pedras de vários sítios”, explicou à Gazeta das Caldas a directora do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro, Maria do Céu Santos.
Há cerca de um ano também já se tinham descolado alguns blocos de pedra do revestimento na mesma escola, que foram recolados, e o mesmo aconteceu ainda durante o prazo de garantia do edifício. No entanto, agora a extensão foi maior e, “quando se mexeu começaram a cair as pedras todas”, acrescenta a directora.
Com a garantia de construção expirada e o construtor falido, a Câmara das Caldas teve que avançar por sua conta com a reparação. Face à extensão e à reincidência do problema, a autarquia optou por fixar as pedras com parafusos próprios.
Alberto Pereira, vereador com o pelouro da educação, explicou que esse procedimento atrasou a reparação, uma vez que não foi possível encontrar em stock o número de parafusos necessário “por serem muito específicos”. Assim que estes chegaram, os trabalhos foram iniciados, garante o vereador.
A autarquia adquiriu 8 mil parafusos para realizar as reparações, que, com mão-de-obra incluída, devem ascender a cerca de 10 mil euros. No entanto, esta opção permite uma reparação “mais eficaz, que nos dá outra confiança” em relação à colagem, acrescentou o vereador.
Até que a obra pudesse avançar – o que aconteceu no passado sábado, 18 de Março – foi vedado o acesso à zona mais perigosa e definido um perímetro de segurança para que os alunos não se pudessem aproximar.
Maria do Céu Santos adiantou que a maioria das pedras caíram durante a noite, o que se pode explicar com as oscilações de temperatura.
Nem a directora, nem o vereador têm conhecimento de alguém ter sido atingido por estilhaços. No entanto, Rodrigo Trindade, que contactou a Gazeta das Caldas devido a esta questão, adianta que num dos episódios passados uma menina foi atingida “sem gravidade”.
Problema sem explicação
O vereador Alberto Pereira diz que não há uma explicação lógica para que as pedras se soltem. “A EB de Santa Catarina, construída pelo mesmo empreiteiro, com os mesmos métodos e os mesmos materiais, não tem qualquer problema deste género”, aponta.
Os cinco centros escolares (Nª. Sra. Pópulo, Sto. Onofre, Alvorninha, Salir de Matos e Santa Catarina) foram construídos de acordo com um projecto-tipo do Ministério da Educação. A única que nunca foi afectada pela queda de pedras foi mesmo a EB de Santa Catarina. As restantes tiveram todas que ser intervencionadas.
Na EB de Nossa Senhora do Pópulo a situação foi corrigida ainda dentro da garantia do construtor, mas apenas ao fim de várias intervenções. Em Salir de Matos bastou recolar alguns mosaicos de pedra e na EB de Santo Onofre o município optou igualmente pelo recurso à fixação com parafusos.
Mesmo assim, depois do que se verificou em Alvorninha, Alberto Pereira adiantou que o município vai realizar uma monitorização por todos os estabelecimentos para se certificar que não existe risco para as respectivas comunidades e, caso exista, agir de forma preventiva.































