Adriana Brites é psicóloga clínica e bombeira, duas atividades essenciais na atualidade
Adriana Brites, 28 anos, é natural de Fátima mas vive em Peniche onde é psicóloga clínica e bombeira. Começou na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fátima, mas agora integra o corpo de bombeiros de Peniche.
A jovem trabalha em duas áreas-chave. Cumpre o dia de trabalho no quartel, de onde sai com os colegas para socorrer em acidentes ou incêndios em ambiente rural ou urbano.
Faz o trabalho que compete a qualquer bombeiro no quotidiano e acumula outras funções, pois esta profissional ainda colabora com a Cerci Peniche e com o Centro de Recursos para a Inclusão (CRI) – Agrupamento de Escolas de Peniche e Atouguia da Baleia. Está também na coordenação de um projeto psicossocial em Peniche destinado às crianças com idades entre os 6 e os 13 anos e que tem como principal objetivo o combate ao insucesso escolar. E é igualmente requisitada para ações de psicologia em intervenção em crise.
Com formação específica em Crises, Catástrofe e Emergências Psiquiátricas, faz parte das suas funções a estabilização de alguém que está em crise ou com algum problema do foro psicológico até à comunicação de morte de familiares.
Entre as várias situações que já viveu, marcou-a particularmente um grave acidente no IP6, em abril de 2019, do qual resultaram duas mortes. Além de ter saído como socorrista, foi acionada como psicóloga para fazer a comunicação de morte aos familiares, em conjunto, com a comandante da GNR.
A pandemia vai passar. É importante manter rotinas e contacto com familiares e amigos, diz a psicóloga
“Foi especialmente duro ser confrontada com a dor de alguém”, disse a mulher, que também esteve num incêndio numa habitação no concelho de Peniche em que faleceu uma idosa que vivia sozinha. Foi bastante difícil, depois, comunicar o falecimento à filha, que vivia em Lisboa, e que tinha ficado um dia sem comunicar com a mãe. Adriana Brites, que teve intervenção psicológica no caso, identificou-se com a situação pois atualmente também vive longe da sua progenitora. “Por mais que tenha um dia profissionalmente complicado, não deixo de lhe ligar, diariamente”, disse.
A psicóloga, que dá consultas em gabinetes de psicologia nas Caldas e em Fátima, tem visto vários pacientes a sofrer de ansiedade, alguns de solidão. E como há quem esteja mais fragilizado por ter perdido o emprego ou familiares. E deixa alguns conselhos gerais recordando que a pandemia não vai durar para sempre. Manter rotinas, limitar o acesso à informação sobre a pandemia e manter o contacto regular com familiares e amigos pode ser fundamental nesta fase de confinamento. ■
Adriana Brites
Psicóloga, bombeira e formadora
Psicóloga Clínica e de Saúde, com especialização em Intervenção Cognitiva-Comportamental e com prática em contexto clínico (avaliação, intervenção e acompanhamento de adolescentes e adultos). Dá consultas nas Caldas no gabinete de psicologia Tsuru, além de dar formação de Adultos de competências psicológicas, nos cursos de Tripulantes de Ambulância de Socorro.































