Provedor da Misericórdia de Alfeizerão exonerado do cargo

Pela primeira vez na história da instituição, um provedor é obrigado a deixar as funções. Votação expressiva na assembleia geral da passada sexta-feira leva à saída de José Monteiro de Castro, o qual não compareceu à reunião magna da Irmandade

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alfeizerão foi destituído do cargo, na passada sexta-feira, com uma votação expressiva numa assembleia geral à qual José Monteiro de Castro não compareceu.
Dos 43 irmãos presentes na reunião magna, 37 votaram a favor da exoneração do provedor, enquanto 2 votaram contra e 4 optaram pela abstenção.
Esta foi a primeira vez na história que um provedor da Misericórdia de Alfeizerão foi destituído de funções.
Em consonância com o Compromisso da Irmandade, os irmãos presentes na reunião da assembleia geral decidiram, por outro lado, avançar com a realização de eleições parciais, por forma a que os órgãos sociais da instituição voltem a ter quórum, na sequência da demissão de vários elementos da Mesa Administrativa e do Conselho Fiscal.
O clima de mal-estar entre os órgãos sociais esteve, de resto, na origem do processo de destituição de José Monteiro de Castro, que já em 2017 tinha enfrentado um processo semelhante. No ano seguinte foi reeleito para mais um mandato, mas, desta feita, não vai poder cumprir até ao fim.
O acto eleitoral na Santa Casa de Alfeizerão foi marcado para o próximo dia 26 de Setembro, numa assembleia geral extraordinária marcada para aquele efeito, sendo que o prazo-limite para a apresentação de listas candidatas termina a 11 de Setembro.

em SILÊNCIO

Gazeta das Caldas procurou ouvir José Monteiro de Castro sobre a decisão da assembleia geral da passada sexta-feira, mas até ao fim desta edição tal não foi possível.
Quanto a João Dantas Vizoso, presidente da Mesa da Assembleia Geral, recusou tecer comentários sobre o teor da reunião, escudando-se “nas regras do Compromisso” da instituição, que impede os irmãos de falar publicamente sobre a vida interna da Misericórdia de Alfeizerão, refundada há 25 anos. “Ninguém fica feliz com este desfecho”, reconheceu, porém, o dirigente.