Protocolo com instituições do concelho para coordenar prestação de Cuidados Continuados

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Protocolo
Os representantes das várias Ipss’s estão satisfeitos em “trocar” horas das suas técnicas por formação profissional na área dos cuidados de saúde

A Unidade de Cuidados à Comunidade das Caldas da Rainha (ex-Centro de Saúde) assinou em Dezembro um protocolo de colaboração com cinco entidades locais, implicando a cedência de horas de técnicas de serviços social de varias IPSS’s e da psicóloga da Junta de Freguesia de N. Sra. do Pópulo, que passarão a colaborar com a equipa de Cuidados Continuados Integrados (ECCI).
Assinaram o protocolo, para além da Junta, o Centro de Apoio Social do Nadadouro, a  Misericórdia das Caldas, a  Associação de Solidariedade Social da Foz do Arelho e o Centro Social e Paroquial N. Sra. das Mercês  do Carvalhal Benfeito.
A ECCI das Caldas – que é já a terceira do ACES Oeste Norte, depois da Nazaré e de Alcobaça – cuida de utentes que estão acamados nas suas casas e que contam com o apoio de uma equipa multidisciplinar.
Esta estrutura, que também abrange o concelho de Óbidos tem a capacidade máxima de 24 doentes – que são referenciados através de uma plataforma nacional. Neste momento a ECCI das Caldas tem já sete doentes a viverem nas suas casas e a usufruir de cuidados médicos diferenciados do sistema nacional de saúde.Cada ECCI possui uma equipa que beneficia do trabalho de vários médicos e tem quatro enfermeiras que, durante todo o ano, prestam cuidados médicos a estes doentes para os quais é possível manter-se nas suas casas pois dispõem igualmente cuidadores familiares. “Tínhamos de facto esta falha dos técnicos de serviço social e de psicóloga que agora serão supridos graças a este protocolo”, disseram Helena Cunha (coordenadora de UCC ) e Maria José Guedes a responsável pela  ECCI das Caldas.

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As enfermeiras Maria José Guedes e Helena Cunha, ladeando Teresa Luciano, a directora do ACES Oeste Norte

Acrescentaram ainda que sem esta parceria “não poderíamos dar seguimento ao nosso trabalho”. Em troca as enfermeiras do Centro de Saúde estão disponíveis para dar formação aos cuidadores dos doentes, para colaborar em Dias Mundiais relacionados com temáticas de saúde ou a dar formação a grupos de risco, dado que “a nossa função é dar informação e apoio a toda a comunidade”.
O protocolo estabelecido pode ser renovado anualmente e a psicóloga e as técnicas de serviço social irão visitar estes doentes, dando à ECCI duas horas por semana.

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Os responsáveis das várias instituições mostraram-se satisfeitos com o estabelecimento desta parceria “pois em conjunto poderemos melhorar a qualidade de vida das pessoas que precisam”, comentou Alice Gesteiro do Centro de Apoio Social do Nadadouro.
A formação que irão receber das enfermeiras de ECCI é algo que é muito necessário para as auxiliares de acção directa “que muitas vezes são os familiares que as pessoas não têm”, disse Maria José Guedes acrescentando que já receberam formação na área dos cuidados de saúde 105 auxiliares.
Vasco de Oliveira o presidente da Junta de Freguesia de N. Sra do Pópulo, também satisfeito por ser uma das entidades pioneira na celebração desta parceria, disponibilizou em caso de necessidade, transporte da junta para as visitas dos técnicos aos doentes. “Estamos cá para trabalhar para as populações”, disse o autarca.
Teresa Luciano, directora do ACES Oeste Norte mostrou-se satisfeita com a realização deste protocolo e fez questão de sublinhar que estas cinco são as pioneiras que aceitaram integrar a parceria. “Esperemos que outras entidades mais tarde vos sigam o exemplo”, disse a directora. Até porque com este protocolo, as pessoas das freguesias onde estão inseridas estas entidades “irão passar uns dias melhores”. Passarão a ter a visita de uma técnica de serviço social, se houver  algum doente ou cuidador em fase depressiva, que contará a partir de agora com o apoio de uma psicóloga.

 

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Tornada com pólo em Salir de Matos e mais um médico para USF Bordalo Pinheiro
A Unidade de Saúde Familiar de Tornada (USF) de Tornada vai passar a ter mais médicos a partir do dia 1 de Janeiro. Passa de seis para oito e também aumentará o número de enfermeiros e de administrativos.
Esta USF vai passar a dispor de um novo pólo que passará a funcionar em Salir de Matos onde se instalará a nova equipa. “Passa então a servir quatro mil utentes quando antes só tinha 2400 utentes”, disse Teresa Luciano. Por causa destes novos profissionais, esta USF poderá ter mais utentes e por isso estão a ser enviadas cartas a utentes caldenses que tinham médicos que se aposentaram. “Estamos a questionar as pessoas se querem ou não recorrer a Salir de Matos”, disse a directora.
As cartas estão a ser enviadas a todas as pessoas, independentemente da idade ou se têm ou não condições e transporte para se deslocarem a Salir de Matos. Para a responsável, “toda a gente tem direito a ser questionada se quer ou não passar a ter médico de família”. Segundo Teresa Luciano, os utentes sem médico de família do concelho das Caldas da Rainha “já são poucos e o objectivo é terminar com a lista de pessoas sem médico”.
Outra novidade já para o primeiro trimestre de 2012  é o facto da USF Bordalo Pinheiro –  que também funciona nas instalações da sede – poder contar com mais um médico. De oito passará a funcionar com nove médicos.

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Veio da Colômbia para trabalhar no ACES Oeste Norte
Carolina Garcia Restrepo, 29 anos, é uma das médicas colombianas que se encontra a trabalhar no concelho das Caldas. Veio de Medellin quando o Ministério da Saúde português fez um convite a médicos estrangeiros para suprir a falta destes profissionais no sistema nacional de saúde.
“Apesar de ter trabalho no meu país também tinha vontade de conhecer outra cultura e por isso aceitei o desafio de vir para cá”, disse a médica e cirurgiã, título que lhe dá a sua faculdade.
Nas Caldas trabalhou desde Maio em várias áreas da saúde e dividiu-se entre a sede do Centro de Saúde e em Sta. Catarina, trabalhando em várias áreas da medicina familiar, saúde infantil e planeamento familiar. Desde Novembro que está numa USF em Peniche.
A médica começou a aprender português ainda no seu país mas com professores brasileiros. Depois à chegada a Portugal teve mais 15 dias de aulas “mas sobretudo focadas na área médica”, contou.
Carolina Restrepo mora em S. Martinho do Porto e está a gostar por estar perto da praia. A médica assinou um contrato por três anos e está satisfeita de trabalhar no concelho caldense pois sentiu-se bem recebida por todos. Gosto das Caldas, assim como de Óbidos e de Peniche.

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