Trabalhadores foram informados de um despedimento coletivo e encerramento da fábrica
A Promol Candle Indústria de Velas SA, icónica fábrica das velas da zona industrial das Caldas, está a enfrentar grandes dificuldades quando se aproxima dos 50 anos de existência.
À Gazeta das Caldas chegaram informações de que, no dia 25 de junho, os mais de 80 trabalhadores da fábrica terão recebido a informação de que o grupo Liljeholmens, sediado na Suécia, pretendia encerrar a fábrica nas Caldas e proceder ao despedimento coletivo dos funcionários.
A Comissão Concelhia do PCP alertou de imediato para esta questão e solidarizou-se com a situação dos trabalhadores, apelando “ao desenvolvimento da luta dos trabalhadores e de todas a entidades do concelho contra o encerramento da empresa, pela sua viabilidade”.
O partido comunista frisa que são “cerca de 200 trabalhadores, entre os que têm vínculo de trabalho efectivo e os trabalhadores com vínculo de trabalho temporário, que têm o seu futuro comprometido” e prometeu “questionar o Governo sobre esta situação”.
O PCP “apela a todos os trabalhadores que defendam o seu posto de trabalho, os seus direitos e a viabilidade da empresa”.
“A administração alega que nos últimos anos se têm registado resultados negativos”, apontam os comunistas, notando que “a actual situação financeira da Promol não resultará apenas da difícil situação económica que o país e o mundo atravessam: a administração tem cometido muitos erros na gestão da produção e dos trabalhadores, nomeadamente no que respeita à falta de qualidade dos produtos, alteração da matéria prima sem que isso fosse acompanhado de uma especialização adequada, más decisões na aquisição de máquinas e equipamentos que quase nem chegaram a funcionar, ao que se junta uma grande trapalhada na organização dos trabalhadores e de todo o processo produtivo”.
E como “o PCP considera que esta empresa com mais de 40 anos faz falta ao concelho de Caldas da Rainha à região e ao país” e que “o país precisa de produzir mais e não de encerrar empresas”, o partido garante que “tudo fará para defender os interesses e os direitos dos trabalhadores da Promol e da sua viabilidade”.
À Gazeta das Caldas, Joaquim Beato, vice-presidente da Câmara das Caldas, disse que o executivo já pediu uma reunião à administração da empresa e está a aguardar resposta a esse pedido. “A nossa postura é de falar diretamente com os intervenientes”, aponta, admitindo sentir-se “preocupado com a empresa que tem muita história e um percurso de muitos anos” e frisando que não sabe ainda o que está na génese da decisão, mas que “é do interesse do concelho que esta se mantenha”.
A Promol foi fundada em 1976 por empresários caldenses, mas apenas dois anos mais tarde seria comprada por investidores alemães. Em 1998, após passar pelas mãos de um grupo sueco, a Promol – integrada na Candle Light Holding – é adquirida pelo grupo americano Blyth, mas em 2006 é criada na Suécia a ALG Holding AB, voltando a Promol para as mãos dos anteriores proprietários.
O grupo que se apresenta no site da Promol como “o maior produtor de velas de estearina sustentáveis”, refere que tem atualmente duas fábricas, uma na Suécia e a Promol.
Gazeta das Caldas tentou obter esclarecimentos junto da administração da Promol e do grupo Liljeholmens AB, mas não obteve qualquer resposta.































