Projeto de hipoterapia para crianças na Lourinhã distinguido pelo Banco Santander

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Projeto recebeu com prémio de 7.500 euros e menção honrosa de mais 1.500

A equipa de “Hipoterapia Aprendizagem em Movimento”, que funciona no picadeiro da Quinta da Várzea, na Lourinhã, venceu um dos donativos Participativo Santander 2021 e que se cifra em 7.500 euros. Ao projeto somaram-se mais 1.500 euros, por ter sido também distinguido com uma menção honrosa.
Esta iniciativa, que faz parte da política de responsabilidade social do banco, reconhece e apoia financeiramente projetos sociais e ambientais que são indicados e votados pelos colaboradores daquela entidade bancária.
Num total de 140 projetos concorrentes, a equipa da Lourinhã, que concorreu com o Projeto Mar Inclusivo, classificou-se em 4º lugar. O grupo de trabalho é constituída pela psicomotricista Nicole Almeida, a terapeuta ocupacional Mariana Bento e pelo auxiliar-guia e docente de Equitação Terapêutica Rui Bonifácio.
Estes técnicos trabalham em sessões individuais e adaptadas às necessidades de cada criança ou adulto. E é sempre realizada uma avaliação inicial, de modo a compreender quais as áreas afetas nos vários domínios de vida.
A prática de Hipoterapia/Equitação Terapêutica “poderá trazer melhorias em diversos domínios”, garantiu à Gazeta Nicole Almeida, que, antes da pandemia, trabalhava na Quinta da Várzea com crianças dos 3 aos 15 anos de idade.
O público-alvo deste projeto inclui crianças que sofrem dos mais variados tipos de doenças, como autismo, síndrome da Rett, hiperatividade. E que se “sentem sempre melhor” após as aulas, nas quais os cavalos têm um papel importante na ajuda terapêutica.
Aquela responsável explicou que as sessões promovem força muscular, mobilidade e amplitude do movimento articular nos utentes. Auxiliam, ainda, na coordenação motora global e fina, o planeamento motor, relaxação e alongamento muscular. Além disso, a nível cognitivo promovem a atenção, a concentração, a memória e a resolução de problemas.
Segundo a psicomotricista, estas sessões de hipoterapia também são muito úteis para trabalhar o domínio social e afetivo-emocional, pois ajudam a diminuir os comportamentos disruptivos, a aceitar regras e a ter maior resistência à frustração.

“Trabalhamos com crianças com autismo, hiperatividadade, síndroma de Rett e com paralisia cerebral”

Nicole Almeida

“São também sessões que auxiliam a diminuição de estado de ansiedade, aumento de tolerância ao esforço e à frustração, desenvolver a autoconfiança, autoestima e independência e o desenvolvimento da autonomia”, sublinhou aquela técnica.

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Picadeiro adaptado
O picadeiro da Quinta da Várzea existe há dez anos e o projeto começou com escolas do concelho da Lourinhã.
“Neste momento, estamos só a trabalhar com privados”, contou Nicole Almeida, que também aconselha a hipoterapia para adultos, explicando que as sessões podem ser um auxiliar precioso, em casos de recuperação de AVC.
Este picadeiro, que tem um espaço coberto e um outro espaço exterior, está equipado para as sessões de hipoterapia/equitação terapêutica, com material adaptado e dispõe, ainda, de uma rampa que facilita o acesso das cadeiras de rodas.
Entretanto, o Projeto Mar Inclusivo pretende estabelecer uma parceria entre a Quinta da Várzea e a Câmara Municipal de Peniche, por forma a permitir que as crianças e jovens com necessidades específicas – residentes ou matriculados nas escolas daquele concelho – possam ter um acesso mais facilitado a estas sessões de hipoterapia/equitação terapêutica.

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