Programa preliminar do novo Museu de Cerâmica entregue à Câmara

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O documento, apresentado pelo historiador João Bonifácio Serra foi bem acolhido pelo executivo. Já foi acordada a abertura do procedimento para o projeto, com um valor base de 500 mil euros

O historiador e investigador João Bonifácio Serra apresentou, na sessão de Câmara de 24 de maio, o programa preliminar do Novo Museu de Cerâmica.
O documento propõe a construção de um novo edifício, que, em conjugação com o atual Palacete do Visconde Sacavém, consagre um museu com as valências de museu casa do património, museu casa da cerâmica, museu centro de ciência viva, museu laboratório criativo, museu centro interpretativo e museu centro cultural.
O extenso documento apresentado ao executivo da Câmara das Caldas da Rainha, apoiado em elementos gráficos e históricos onde se reconstitui a evolução do conceito de museu de cerâmica, é resultado do trabalho de uma equipa formada por João Serra, Carla Cardoso, Carlos Coutinho, José Antunes, Pedro Ribeiro e Sónia Lopes, e resulta de uma solicitação da autarquia ao Laboratório de Investigação em Design e Artes, da ESAD.
Este programa preliminar resulta de uma reflexão que foi feita sobre qual o destino do museu, funções e operacionalidades novas lhe deverão ser pedidas (com a passagem da tutela do Museu de Cerâmica para o município) que integrou sessões do executivo, da Assembleia Municipal, e de membros das associações e instituições do setor.
“A proposta apresentada entusiasma-nos muito, vai ao encontro de criar um novo espaço dinamizador da cerâmica portuguesa, com sede nas Caldas”, disse o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, à Gazeta das Caldas, esperançado na concretização da proposta.

“A proposta vai ao encontro de criar um espaço dinamizador da cerâmica portuguesa nas Caldas”

Tinta Ferreira

“A classificação do museu merece e reclama uma dimensão nacional”

Luís Patacho e Jaime Neto

Segue-se a apresentação pública do programa, mas houve, desde logo, na reunião de Câmara, “uma manifestação de satisfação para com a proposta e um acordo no sentido de abrir o procedimento para o projeto com um valor base de 500 mil euros”, acrescentou o chefe do executivo municipal.
O objetivo é candidatar depois a obra, que deverá ser faseada, a fundos comunitários no quadro Portugal 2030.
“Estamos a falar de valores que dificilmente o município, sozinho, conseguirá suportar na totalidade. Mas, se por algum motivo não conseguirmos financiamento comunitário, admitimos fazer uma parte com recursos próprios”, manifestou.

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PS viabiliza
Os vereadores do PS retêm pela positiva o propósito de “não desclassificação” do Museu da Cerâmica, com a sua manutenção na Rede Portuguesa de Museus e defendem mesmo que a sua classificação “merece e reclama uma dimensão nacional que o processo de descentralização não impede nem constrange”.
Luís Patacho e Jaime Neto defendem ainda a importância de um estudo urbanístico e paisagístico integrado para aquela zona da cidade.
Os socialistas manifestam a sua concordância com a localização proposta, nas antigas instalações da Fábrica Bordalo Pinheiro, com ligação ao Palacete Visconde de Sacavém, sobretudo quando comparada com a alternativa prevista na proposta de Plano de Pormenor do Centro Histórico, ou seja, no interior da chamada “Mata do Parque D. Carlos I”, à qual sempre se opuseram.
Por outro lado, os vereadores do PS realçaram que apenas tiveram conhecimento daquele documento na sessão de câmara, pelo que não tiveram ainda oportunidade de uma leitura mais aprofundada do mesmo.

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