Profissionais do CHO fora do relatório sobre a precariedade no Estado

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Noticias das Caldas
Os trabalhadores prometem continuar a lutar pela integração nos quadros do CHO (Foto de arquivo)

Foi recentemente divulgado pelo Governo o relatório sobre a precariedade no Estado e, ao todo, foram identificadas mais de 100 mil pessoas em situação de precariedade. No entanto, esta listagem não inclui funcionários que são mediados por empresas de trabalho temporário ou de outsourcing, como é o caso dos 180 funcionários do CHO, que lutam há vários meses pela integração nos quadros daquela entidade.

“O Governo não pode continuar a fechar os olhos a esta situação. A regularização tem que incluir os muitos trabalhadores subcontratados”, disse à Gazeta das Caldas, Carla Jorge, porta-voz dos funcionários precários do CHO.
O movimento iniciado em Outubro – que une sobretudo os assistentes técnicos que laboram nas unidades hospitalares das  Caldas, Torres Vedras e Peniche – acabou por chamar a atenção do público para o problema da precariedade dos  funcionários subcontratados pelo Estado. Desde que iniciaram a sua luta, já conseguiram ser ressarcidos dos valores em falta referentes a subsídios de férias e horas extraordinárias pela empresa mediadora que os contrata. As suas acções e manifestações contaram com o apoio de praticamente todos os partidos.
 “Fomos nós que despoletámos o assunto e ficámos de fora….”, comentou Carla Jorge, que se diz “triste”com o facto dos subcontratados  do CHO não constarem deste relatório do Estado. Na sua opinião, este documento “não é verdadeiro” e a manutenção dos precários nas empresas mediadoras “não serve os interesses de ninguém”.
No CHO existem mais de 200 trabalhadores em regime de outsourcing que prestam serviços permanentes ao funcionamento dos três hospitais. Estão colocados nos serviços de Urgência, Medicina, Ortopedia, Maternidade, Cirurgia, Pneumologia, entre outros e fazem  parte do quotidiano daquelas unidades, conforme explicou a representante.
“Não aceitamos ficar para trás”, disse Carla Jorge, explicando que, em breve, será apresentada à comissão de trabalho da Assembleia da República, uma petição (que já reúne mais de mil assinaturas) de forma a que seja discutida a integração destes trabalhadores nos quadros do CHO. Acrescentou ainda que estão a ser estudadas outras formas de luta que serão discutidas, a curto prazo, em plenário de trabalhadores.
O Centro Hospitalar do Oeste, em 2015, gastou 10,2 milhões de euros com empresas mediadoras. “Se fossemos directamente contratados pelos hospitais o Estado pouparia milhões de euros”, rematou Carla Jorge.

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