Cerca de 50 médicos e enfermeiros do Hospital das Caldas da Rainha assinam um manifesto, publicado nesta edição, em que defendem a necessidade da construção de uma nova unidade, em detrimento da ampliação do existente.
“Tornamos pública a nossa opinião de defesa da construção de um novo Hospital na região Oeste Norte, seja a sua localização em Alfeizerão, Tornada ou outra”, refere o manifesto.
O documento surge depois de ter sido noticiado que o Ministério de Saúde optou pelo alargamento do hospital das Caldas e construção de novos hospitais em Torres Vedras e Alcobaça.
Este grupo de profissionais de saúde refere que “sentiram ser seu dever dar a conhecer publicamente uma posição contrária a esta solução”, mas sublinham quem o fazem a título individual.
“Com este alargamento manteremos uma estrutura física central construída há 40 anos e um hospital desequilibrado e assimétrico”, criticam, sublinhando que esse alargamento teria sido oportuno há 20 anos.
“A falta de capacidade de internamento dos Hospitais da região Oeste Norte, nomeadamente de Caldas da Rainha e de Alcobaça, é bem conhecida das populações”, sublinham no manifesto.
“Foi, por isso, equacionada, pelo menos nas últimas duas décadas, uma segunda fase de ampliação do Hospital de Caldas da Rainha, que nunca se chegou a concretizar”, adiantam ainda.
Os signatários recordam que em Janeiro de 2009 foi criado o Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON), que engloba os hospitais das Caldas da Rainha, Alcobaça e Peniche.
Entretanto, foram encomendados estudos que concluíram pela necessidade de construção de um novo hospital (Oeste Norte). “Foi definida a sua matriz assistencial, o número de camas, as valências de que disporia, a população abrangida (229.000 habitantes)”, lembram.
A única dúvida seria a da sua localização, o que levantou polémica entre as autarquias das Caldas e Alcobaça.
Por isso estes profissionais de saúde não percebem que agora se opte por uma ampliação do hospital das Caldas e construção de um novo em Alcobaça.
“Do alargamento proposto para o Hospital das Caldas, resultam implicações ecológicas negativas significativas sobre a Mata da Rainha, quer com os milhares de metros quadrados de edificado, como com a necessária construção de acessos rodoviários”, dizem.
Perguntam ainda se “com o alargamento agora proposto não haverá implicações nos aquíferos”.
Por isso, a construção de um novo hospital com 60 camas em Alcobaça “reporta-nos a uma filosofia ultrapassada e desajustada de hospitais concelhios pouco dimensionados e insuficientes em termos de cuidados diferenciados”.
Consideram também que o custo para o erário público com a construção de um hospital novo, em espaço apropriado e construído de raiz, será sempre inferior à soma do alargamento do hospital das Caldas e da construção de um novo hospital em Alcobaça.
O médico António Curado, um dos signatários, explicou que esta opinião “corresponde a um sentimento geral” no hospital das Caldas.
A expectativa dos signatários é que o Ministério da Saúde possa voltar atrás na sua decisão e que seja construído um novo hospital, tal como foi defendido pelo estudo realizado.
Embora temam que este seja um motivo para um protelamento da resolução do problema do actual hospital, não podem deixar de tomar esta posição.
O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar, Carlos Sá, não quis pronunciar-se sobre esta tomada de posição ou sobre se está a favor ou não de um novo hospital. “Esta é uma questão que só discuto com a tutela”, disse ao nosso jornal.






























