“Príncipe da Foz” será apresentado no sábado

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Será apresentado no sábado, 11 de novembro, no Inatel, da Foz, a obra de Jorge Umbelino que se passa naquela vila

Jorge Umbelino, o autor do novo livro, “Príncipe da Foz” tem fortes raízes da sua família paterna na Foz do Arelho.
Há vários anos decidiu fazer a genealogia da sua família, altura em que constatou que o seu bisavô tinha um assento de batismo falso. Ora este facto acabou por servir de ponto de partida para esta obra que será apresentada no sábado, às 15h30, no Inatel, na Foz do Arelho. A apresentação vai estar a cargo de João José Sá Nogueira.
“Este meu antepassado terá criado uma nova identidade para alguém que foi dado como morto…e que precisava de legalizar a sua segunda vida”, revelou Jorge Umbelino, que mistura factos reais com ficção para contar a história deste seu familiar, oficialmente nascido em meados do século XIX, na Foz do Arelho.Este terá vivido uma existência algo misteriosa: por um lado, era um homem bem-sucedido do ponto de vista económico e com uma forte presença cívica, “alguém merecedor da designação de “homem-bom” da sua freguesia”. No entanto, a família próxima parecia ter muita dificuldade “em assumir e comentar a história dessa vida, por razões nunca bem explicadas”, comentou o autor à Gazeta das Caldas.
Entre os factos históricos comprovados e que é “uma circunstância inusitada” é que o rei D. Carlos I e a rainha D. Amélia frequentaram a casa deste antepassado de Jorge Umbelino, pelo menos umas seis vezes para passar o dia. “Não nos podemos esquecer que desde D. João IV que a família real frequentava as termas das Caldas. “Primeiro vinham até à Foz de vapor, depois a viagem ficou facilitada com a chegada do comboio”, disse o autor.
Sobre o seu bisavô tem evidências de que este terá sido um agricultor abastado local. E que pessoa seria esta já que tinha um assento de batismo falso? A resposta está no livro que será agora apresentado. “São portanto duas coisas estranhas: receber o casal real várias vezes e ter o assento falsificado”, continua o autor, fã confesso de José Rodrigues dos Santos que, aliás, o incentivou a que fosse o próprio a escrever esta narrativa, baseada na história do seu antepassado.
D. Carlos adorava caçar patos nas bateiras da Foz e “há relatos que contam que a rainha também gostava de disparar”.
E como tal foram várias as vezes que o familiar do autor recebeu D. Carlos I para saborear caldeiradas com Padre António que era também inquilino, num espaço daquela propriedade. Enquanto o rei ia caçar, a rainha D. Amélia e suas aias ficavam na propriedade com a bisavó de Jorge Umbelino. “O rei que sempre preferiu a hospitalidade do meu bisavô”, disse o autor, acrescentando que apesar do visconde Almeida Araújo ter oferecido várias vezes o seu palacete ao casal real, que fica em frente ao Atlântico, os reis preferiram a hospitalidade do agricultor. Só ao fim do dia é que o casal real regressava às Caldas.
“O Príncipe da Foz” foi iniciado há 15 anos e foi escrito sobretudo nas férias de verão. “Consegui encontrar familiares até ao século XVI, sempre ligados à Foz do Arelho”, referiu o autor.
A obra desenvolve-se em três momentos históricos diferentes: os últimos dias da vida do protagonista que de facto viveu na Foz. Há um segundo período que se vai passar nos anos 50 do século passado, quando um neto deste agricultor se inquietou com a vida do avô, tentando resolver o mistério da sua vida, convicto de que há algo por resolver.
Num terceiro período, já no século XXI, um novo familiar, escritor de profissão, aborda de novo a vida deste antepassado que teve vida longa, entre a segunda metade do século XIX, tendo falecido em 1943. “É um livro dentro do livro”, disse o autor que coloca os leitores a acompanhar a investigação sobre a personalidade desta personagem. Na obra, Jorge Umbelino retrata como se vivia na Foz do Arelho noutros tempos, mostrando que houve preocupação em respeitar a etnografia e os modos de vida de então.
Depois da apresentação no Inatel, haverá nova sessão em Portalegre, que é a terra natal de Jorge Umbelino, sobrinho de Jaime Umbelino, que dá nome a um espaço museológico na Foz. Segue-se nova apresentação em Lisboa. ■

 

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Jorge Umbelino
Autor

Jorge Umbelino (Portalegre, 1960) é docente especializado em Turismo e ensina na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE). Já apresentou mais de uma centena de comunicações orais em Encontros Científicos e Profissionais e publica regularmente. Foi diretor nacional do CiTUR, presidente do Conselho Técnico-Científico (ESHTE) e diretor da Revista Científica GeoINova. Foi presidente do Instituto de Formação Turística e também membro do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal.

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