Primeiro passeio de tratores dos Cabreiros com 70 participantes

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Foram mais de 70 participantes de Salir de Matos e das freguesias mais próximas

Iniciativa na manhã de domingo levou os participantes ao miradouro de São Domingos e fomentou o saudável convívio entre todos

Manhã de domingo, 15 de maio, feriado municipal nas Caldas e na pacata aldeia dos Cabreiros, em Salir de Matos, sente-se uma dinâmica fora do comum, com muito movimento perto da Associação Cultural e Recreativa da localidade. Dezenas de pessoas, a maioria homens, encontram-se para tratarem das inscrições para aquilo que será o primeiro passeio de tratores organizado por esta coletividade. Mais abaixo na estrada, num terreno próximo, está o parque de estacionamento, já repleto de viaturas de trabalho que hoje têm um fim meramente recreativo. Há modelos de diferentes cores e tipos, de diversas marcas, tamanhos e idades e há até adaptações especiais para o passeio, com a colocação de bancos e chapéus de sol. O que não falta também é a boa-disposição.
No ar, junto à associação, o cheiro a porco no espeto, regado com molho espalhado pelos ramos de louro, não deixa enganar: o almoço-convívio no final do passeio é mesmo um dos principais motivos para a vinda de tantos participantes. E estes são da freguesia de Salir de Matos, mas não só. Há quem venha de Alvorninha, Vidais, Évora de Alcobaça e outras freguesias próximas de propósito para este passeio.
Jorge Ferreira, que é natural desta localidade e que faz parte dos órgãos sociais da associação é o mentor da iniciativa. “Há cerca de três anos, antes da pandemia, fiz um passeio de tratores que foi organizado por uma associação vizinha, nos Vidais e achei a iniciativa muito engraçada, pelo que decidi organizar também um aqui na nossa associação”, explicou à Gazeta. Com a pandemia, esses intentos tiveram de ser adiados até ao passado domingo.
Entretanto, no terreno que foi transformado em parque de estacionamento e já depois de, ao lado do presidente da Junta de Salir de Matos, Flávio Jacinto, pedirem a todos para manter a segurança durante o passeio, estão prontos para partir os cerca de 70 tratores, com a comitiva da organização que de carro e de mota irá ajudar na circulação. Dos Cabreiros a comitiva de tratores seguia em direção a Salir de Matos, onde perto da Junta de Freguesia tinham um reforço, com uma bifana quente. O “comboio” de tratores seguia então para São Domingos, o miradouro perto da capela de onde é possível avistar o Oceano Atlântico, apesar de se encontrar numa freguesia rural do concelho caldense, a mais de cinco quilómetros em linha reta da costa. Daí, os participantes regressaram nos seus tratores para a sede da associação, onde os esperava o almoço. A associação nos Cabreiros tem um café a trabalhar diaramente à hora de almoço e à noite, e é mesmo o único sítio que existe para beber um café na aldeia. Depois destes tempos de pandemia que levaram praticamente à inatividade da coletividade, procuram agora renascer, com este evento e com a festa anual, no final de junho.
A maioria dos participantes eram homens, mais ou menos jovens, mas neste primeiro passeio também se registou a participação de algumas mulheres. Benigno de Sousa, dos Cabreiros, elogiou a iniciativa. “É bom para dinamizar e também para dar a conhecer a freguesia”, refere. O trator, que traz, um David Brown da década de 80 do século passado, é uma ferramenta de trabalho. “Não esperava tanta gente, mas por outro lado, com a pandemia, as pessoas estão ávidas de se encontrar”, contou.
José Gageiro, que também é natural dos Cabreiros, decidiu juntar-se a esta iniciativa porque achou piada à ideia e porque gosta do convívio. Os filhos, Rui e Ruben, de 11 e 24 anos, não foram convidados pelo pai para o passeio, mas fizeram questão de aparecer e, como não podiam ir no trator, acompanharam de mota. O trator, que é uma ferramenta diária na agricultura, é um John Deere com mais de 40 anos. “Já o comprei velho e depois arranjei-o”, disse.
Ao almoço, os méritos foram reconhecidos, com “troféus” para o condutor mais novo (16 anos) e o mais velho (72 anos), para o trator mais novo (Solis de 2021) e o mais velho (Zetor de 1958) e ainda para o melhor restauro e o mais original para o evento (este decorado por Leonel Camacho com um placar publicitário antigo da associação). ■

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