População, poder local e Estado de mãos dadas na recuperação da igreja de Alvorninha

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2016
A Igreja e o Estado, seguidos do poder local: Alfredo Plácido, Carlos Miguel, José Henriques, Tinta Ferreira e Maria da Conceição

A igreja paroquial de Nª Sra. da Visitação, em Alvorninha, vai receber obras num valor de 94.400 euros. O chão e o telhado irão ser remodelados, além de outros arranjos. O Estado financia metade daquele montante e a Câmara das Caldas 25%. A Junta e a população asseguram o restante.

A igreja paroquial de Nª Sra. da Visitação, em Alvorninha, vai ser alvo de obras para remodelar o chão e o telhado. A empreitada, orçada em 94.400 euros, inclui a reconstrução de partes danificadas e fissuras nas paredes, bem como a respectiva pintura. As pedras exteriores também serão polidas.
Esta é uma obra que resulta de uma parceria entre a comunidade, o poder local e o poder central, tal como vem acontecendo com o programa Equipamentos, em que o Estado financia metade das obras. A outra metade é proveniente da Câmara das Caldas (que deverá comparticipar em 25%) e o restante fica a cargo da Junta de Freguesia (que entra com 7500 euros) e da paróquia. Esta última tem vindo a angariar dinheiro através da venda de bolos, dos lucros da festa anual (que representa a grande fatia) e de donativos.
O padre Alfredo Plácido explicou à Gazeta das Caldas que parte do dinheiro tem vindo a ser amealhada há várias décadas pelos paroquianos. Entre os cerca de 3000 habitantes da maior freguesia do concelho (em área), a comunidade católica ronda os 10%. A maior faixa etária tem entre 30 e 60 anos, mas o pároco diz que o mais preocupante é só nascem cinco crianças por ano na freguesia contra uma média de 50 óbitos, pelo que não há renovação de gerações.
Sobre o protocolo celebrado, o pároco realça que “há uma justa separação entre o Estado e a Igreja, mas aqui há uma parceria, porque independentemente dos credos, trata-se de património cultural, histórico, que é de facto cristão, mas que é o património do nosso país, que precisa de ser preservado”. Alfredo Plácido realça que era “uma pena ver este templo com cerca de 800 anos correr o risco de se deteriorar” e salientou que se não fosse o apoio estatal, “a paróquia não tinha como fazer estas obras tão necessárias”.
Na cerimónia de assinatura do protocolo, Tinta Ferreira, presidente da Câmara, salientou a necessidade de obras daquele espaço e o papel da Igreja no equilíbrio social. O autarca destacou ainda o papel turístico que aquele monumento desempenha.
Já Carlos Miguel, secretário de Estado das Autarquias Locais, no final da assinatura do protocolo, disse ao padre que “a partir do dia de hoje pode começar a obra”.
O governante fez notar que todos os anos este programa recebe cerca de 160 candidaturas e só tem orçamento para aprovar entre 20 a 30 candidaturas. As restantes vão-se renovando de ano para ano ou acabam por cair. Em Alvorninha há ainda uma candidatura pendente, que é referente ao edifício da banda, que tem infiltrações no telhado.
“Porquê apoiar uma obra da igreja se o Estado não tem nada a ver com a Igreja?”, perguntou Carlos Miguel. Para logo responder: “porque o edifício é património e o Estado tem obrigação de preservar o património”.
Esta foi a terceira vez que este secretário de Estado veio às Caldas assinar acordos deste tipo, primeiro no Landal e depois em Salir de Matos.

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