População e representantes autárquicos esgrimiram argumentos durante hora e meia

A maioria da população que reside no Landal manifestou-se contra a instalação de um espaço para acolher casos sintomáticos de Covid 19 no centro da aldeia. A autarquia está a analisar a situação

Grande parte da população do Landal, a sua maioria idosa, contesta a abertura de um espaço para acolhimento de pessoas que apresentem sintomas de infecção pela covid-19, no centro da aldeia. Ao todo, foram previstos sete espaços no concelho, preparados para receber, em confinamento, trabalhadores que não sejam da região e não tenham outro lugar para onde ir, durante a campanha da fruta.
Reunidos com o presidente da Junta de Freguesia e o coordenador municipal da Protecção Civil, Gui Caldas, os populares pediram à autarquia para “desistir” da casa naquela localidade, pois grande parte dos moradores tem mais de 70 anos e existe um forte risco de contágio. Queixam-se da falta de condições do imóvel escolhido (cuja casa de banho é exterior ao edifício) e de ficar situado em frente a uma fábrica de bolos, com entrada e saída de trabalhadores. Propuseram que fosse escolhido outro local na freguesia, mais isolado ou, em alternativa, que as pessoas infectadas possam ser direccionadas para o espaço existente nos Carreiros (A-dos-Francos).
Estas posições foram rebatidas pelo coordenador municipal da Protecção Civil, que garantiu que o espaço funciona como prevenção e que, muito provavelmente, não terá necessidade de ser usado. “A responsabilidade é sempre do empregador, que tem um plano de contingência que inclui um local para a quarentena”, explicou.
Gui Caldas deu nota das condições de higiene e conforto da casa, com capacidade para acolher quatro pessoas e equipada com televisão, frigorífico, micro-ondas e internet. A GNR fará a vigilância periférica e os serviços sociais da autarquia, em colaboração com a junta de freguesia, fornecem as refeições.
Explicou ainda que o despacho da Autoridade de Saúde atesta que o edifício escolhido no Landal não oferece risco para a população.
“Trata-se de uma decisão estratégica, técnica e política”, disse o coordenador municipal da Protecção Civil, realçando que todo este planeamento pretende mitigar o risco de contaminação. Aliado à disponibilização destes espaços, foram realizadas acções de sensibilização e distribuídos cerca de três mil kits a todos os empresários do sector frutícola.
Após cerca de hora e meia de confronto de ideias no centro da aldeia, o presidente da Junta, Armando Monteiro, comprometeu-se a reunir com o presidente da Câmara no dia seguinte, o que veio a acontecer. A autarquia está agora a analisar a situação.

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