Primeira iniciativa do Conselho da Cidade colocou a pobreza em debate na Biblioteca Municipal das Caldas
A pobreza foi o mote da primeira iniciativa pública do atual Conselho da Cidade (CC), que decorreu a 23 de junho, na biblioteca caldense. Dados do Eurostat relativos a 2022 colocam Portugal abaixo da média europeia no que se refere ao risco de pobreza ou exclusão social, partilhou Luís Filipe André, da direção do CC, para abrir o debate, que contou com a presença de uma socióloga, um psicólogo, da provedora da Santa Casa da Misericórdia caldense e de um ativista social. De acordo com a professora e investigadora Maria Engrácia Leandro, “é muito difícil sair da pobreza quando se nasce nela”, citando estudos que referem que “são precisas cinco gerações para que uma criança que nasça numa família pobre possa sair dessa condição e entre na mobilidade social”. Ainda assim há excepções graças, por exemplo, às “migrações internacionais”.
Tiago Pereira, psicólogo e da direção da Ordem dos Psicólogos, explicou que existem fatores sociais e individuais que contribuem para este fenómeno. “Não é verdade que a doença mental gere pobreza, mas há uma associação entre as duas que se alimenta e que faz com que não possa existir um investimento sério para combater a pobreza sem promovermos a saúde mental, e vice-versa”, sublinhou.
Também presente, a provedora Maria da Conceição Pereira partilhou o trabalho feito pela IPSS que gere no combate à pobreza. “Há as respostas do dia a dia, que, às vezes, não podem esperar”, como sejam os casos das pessoas que procuram a instituição porque “têm fome”. Para além das diversas valências que disponibiliza de apoio a idosos, crianças e jovens, a Misericórdia caldense distribui cabazes alimentares. A instituição apoia “mais de 300 pessoas” selecionadas pela Segurança Social, um número que “tem estado a subir”, fenómeno que também se deve à “imigração”, explicou. O CLDS 4G, outro dos projetos da instituição promotor do combate à pobreza, terminou recentemente e a sua continuidade ainda é incerta.
Já o ativista social, Carlos Gomes, defendeu que a pobreza é combatida com a interligação de ajudas. Enquanto voluntário, a trabalhar com pessoas em situação de pobreza e de carência socioeconómica, Carlos Gomes garante que aprendeu muito. ■































