Plataforma recebe e vai analisar estudo sobre a Linha do Oeste

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A ligação para norte da Linha do Oeste é viável se os responsáveis pela CP forem gestores inteligentes

O presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, enviou no início desta semana o estudo sobre a linha do Oeste para a plataforma que foi criada em Leiria e que reúne autarcas, empresários, políticos e outras forças vivas da região. No dia 10 de Janeiro, pelas 18h00 haverá uma reunião na NERLEI onde será discutido o documento e enviado posteriormente ao secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiros.
O documento, intitulado “Linha do Oeste – diagnóstico e propostas” foi elaborado pelo caldense Nelson Oliveira, que é especialista em engenharia ferroviária.

O documento conclui que a linha do Oeste encontra-se “fisicamente integrada de forma plena na restante rede ferroviária nacional”, permitindo a movimentação de comboios para diversos destinos e não apresentando constrangimentos para o nível de tráfego que dela poderá ser expectável. Para além disso, a infra-estrutura apresenta-se em boas condições, facto que é um “caso único entre as linhas onde foi decidida a supressão do tráfego de passageiros”.
Nelson Oliveira considera que os sistemas de exploração, que assentam no factor humano, estão tecnologicamente ultrapassados, mas destaca que tal não constitui uma limitação da capacidade de serviços, assim como no caso o material circulante, que está ultrapassado, encontra-se “minimamente satisfatório para o serviço”.
O especialista refere que o transporte ferroviário no troço em questão, mesmo sem qualquer investimento, é concorrenciável com o rodoviário e que a baixa utilização de passageiros se deve a uma oferta “extremamente irregular” ao longo dos anos.
A actual estruturação tarifária, penalizadora para viagens que incluam segmentos adicionais à linha do Oeste, é outra das conclusões do estudo.
Com uma oferta comercial adequada e articulada com Coimbra, haveria margem para captação do mercado do transporte ferroviário e induziria a um aumento de passageiros na linha do Norte.
No seguimento destas conclusões, Nelson Oliveira apresenta algumas propostas para o aumento da quota de mercado no troço da linha do Oeste entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz, nomeadamente a defesa que o término norte desta linha deverá ser sempre em Coimbra, com horários articulados com os comboios rápidos para o Porto, Braga e Beira Alta. “A acessibilidade à Figueira da Foz fica assegurada com os comboios urbanos Coimbra-Figueira da Foz através do transbordo em Verride”.
Já o estudo  dos horários a sul e norte das Caldas e a sua apresentação à oferta deverá ser feita de forma integrada, minimizando assim quebras de carga.
Nelson Oliveira propõe também uma correcção das distorções tarifárias que levam a que o preço dos percursos que envolvam outros segmentos, além desta linha, sejam superiores.
Às autarquias e aos operadores rodoviários cabe a promoção da articulação entre os horários das carreiras rodoviárias que servem as estações e os horários dos comboios.
Por último, deverá ser feita uma promoção junto da população da utilização e capacidades concorrenciais do serviço ferroviário na linha do Oeste, sobretudo nos destinos para norte.
Nelson Oliveira esclarece no seu estudo que a implementação destas medidas é de “custo nulo ou muito reduzido  e induzirá, seguramente, o aumento da procura e melhoria significativa da taxa de cobertura do serviço”.
Para a realização do estudo, o especialista viu-se confrontado com ausência de elementos que tinham sido pedidos à Refer e à CP. Estes viriam a ser entregues ao presidente da Câmara das Caldas, por deputados do PSD do distrito de Leiria à Assembleia da República, em finais de Dezembro, que os encaminhou para Nelson Oliveira, já depois deste estudo terminado.

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