46º aniversário do SNS foi assinalado nas Caldas com a plantação da “oliveira SNS”, junto ao hospital, numa homenagem ao sistema de saúde público e a todos os seus profissionais
A 15 de setembro de 1979 é aprovada a Lei de Bases da Saúde, que cria o Serviço Nacional de Saúde (SNS). 46 anos depois, a data foi assinalada nas Caldas, com a plantação de uma oliveira no espaço ajardinado do Hospital das Caldas, em homenagem também aos profissionais de saúde. A iniciativa foi da Liga dos Amigos do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha, tendo o seu presidente, Joaquim Urbano, lembrado que desde o 30º aniversário do SNS que esta árvore foi escolhida para ser o símbolo daquele serviço nacional. Foi em Coimbra que foi plantada a primeira “Oliveira SNS” e, desde então, surgiu um movimento que pretendia que, anualmente, se assinalasse a homenagem com a “rega da oliveira” que, no fundo, representa bem aquilo que queremos do nosso SNS”, explicou. Joaquim Urbano destacou as qualidades do serviço, “que desejamos que seja para todos, que nos acompanhe desde o nascimento e durante toda a nossa vida”. “Tal como a oliveira se adapta aos diversos tipos de clima, também o SNS tem mostrado uma forte resiliência”, dando como exemplo a resposta à pandemia, ao envelhecimento da população e aumento da esperança de vida.
O médico anestesista, agora reformado, destacou que o hospital caldense tem respondido a muitas dessas exigências, lembrando a prestação de apoio domiciliário que evoluiu para a hospitalização domiciliária e, mais recentemente, a clínica de ambulatório de medicina interna, para aliviar a urgência.
Também Elsa Baião, presidente do conselho de administração da ULS Oeste, destacou a importância do SNS, “um dos maiores patrimónios coletivos do povo português” e que tem sido o garante do “acesso universal e equitativo aos cuidados de saúde”. A responsável destacou os profissionais que diariamente “dão vida” às unidades de saúde e reafirmou o compromisso com um SNS “mais forte, mais próximo e mais humano”. A oliveira agora plantada na unidade das Caldas da Rainha é, também, “um tributo a cada profissional e voluntário que, com esforço e resiliência, sustentam este pilar da nossa sociedade. É uma homenagem a quem, muitas vezes em silêncio e com sacrifício, garante que nenhum cidadão fica para trás”, concretizou.
Falta de recursos humanos
A falta de recursos humanos é a maior dificuldade com que se depara atualmente a ULS do Oeste. Baião reconhece as dificuldades e destaca que estas vão sendo ultrapassadas com o “esforço e empenho dos profissionais e um compromisso grande no sentido de conseguir assegurar a melhor resposta”. E dá o exemplo da Obstetrícia, serviço que apesar do número “muito reduzido de profissionais, consegue manter-se em funcionamento parte dos dias do mês”. No geral, nas unidades afetas a esta ULS faltam mais de duas dezenas de médicos, com a responsável a salientar que os cuidados primários vivem “uma situação muito dramática, com 48% da população sem resposta de médico de família”. A resposta está a ser dada através das teleconsultas, mas Elsa Baião reconhece que “não é a mesma coisa”, pelo que estão a lançar concurso para a criação de USF modelo C em vários concelhos, como Caldas e Óbidos, para tentar atrair médicos de família.
Estão também a ser realizados os projetos para a construção de um novo edifício no Hospital das Caldas (orçado em cerca de 8 milhões) cuja obra não começará antes de finais do próximo ano, que permitirá reorganizar os serviços e também acolher a unidade de cuidados intensivos. No entanto, Elsa Baião realça que esta obra é pensada como um complemento até à criação do novo Hospital do Oeste. “Estas estruturas estão desadequadas, mesmo em termos de circuitos, e os espaços disponíveis são insuficientes, pelo que o novo hospital é fundamental”, concluiu.































