Plano Ferroviário Nacional pretende transformar mobilidade entre cidades

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Um dos objetivos do documento apresentado pelo ministro Pedro Nuno Santos passa por ligar as capitais de distrito com mais de 20 mil habitantes

Investimentos em curso, como os da Linha do Oeste, resultam ainda do Ferrovia 2020. Mas o governo demonstra ambição de mudar o paradigma dos transportes no país

A Linha do Oeste é um dos corredores complementares que integram o Ferrovia 2020, o Programa de Modernização da Rede Ferroviária Nacional lançado em 2016 e que ainda está em execução. Mas o governo apresentou, recentemente, um novo documento estratégico: trata-se do Plano Ferroviário Nacional, que visa, entre outros objetivos, ligar as capitais de distrito com mais de 20 mil habitantes e o reforço do transporte de mercadorias a nível internacional.
Contudo, algumas das metas elencadas pelo ministro Pedro Nuno Santos já foram desenhadas noutros documentos, como o Ferrovia 2020, elaborado pela Infraestruturas de Portugal (IP) e que, quando foi apresentado, pressupunha um total de 260 kms a intervencionar na Linha do Oeste.
As obras visavam a “melhoria das condições operacionais, aumento do conforto e mais segurança”, além da melhoria da “eficiência e competitividade do sistema ferroviário, através do aumento da capacidade, segurança e fiabilidade da exploração e pela redução dos tempos de trajeto”.
A intervenção entre Meleças e Caldas da Rainha faz parte deste pacote de investimentos, tendo a empreitada para a Modernização do troço da Linha do Oeste, entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, sido adjudicada pelo valor de 61,5 milhões de euros, em março do ano passado.

Segundo a IP, a modernização da Linha do Oeste obriga a um investimento total de cerca de 155 milhões de euros

Segundo a IP, a modernização da Linha do Oeste compreende um investimento total de cerca de 155 milhões de euros, comparticipado pelos Fundos da União Europeia através do Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020, e engloba o desenvolvimento de Estudos e Projetos, a execução de duas Empreitadas de eletrificação, via-férrea, construção civil e obras geotécnicas.
Além da Linha do Oeste, integram a lista de corredores complementares as linhas do Douro, Cascais e Algarve, com vários investimentos também já no terreno e outros ainda em projeto.
No Ferrovia 2020, as prioridades estavam definidas para outros três Corredores: o Norte, que visa assegurar a ligação ferroviária entre o norte de Portugal e a Europa e que contempla, entre outras medidas, permitir comboios elétricos na totalidade da Linha da Beira Baixa; o Norte-Sul, onde se projetam 200 kms de linha a intervencionar, com o objetivo de melhorar a ligação ferroviária entre o Eixo Atlântico de Portugal e o resto da Europa; e o Internacional Sul, onde os transportes de mercadorias ganham relevo, nomeadamente na ligação entre Sines e Caia, obra com a qual se reduzirá em três horas e meia o trajeto.
Para estes objetivos, a Infraestruturas de Portugal contava com um pacote financeiro composto por fundos comunitários do programa Connecting Europe facility (CEF) e do programa Portugal 2020 (85% de comparticipação). ■

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Restauro dos azulejos da Linha do Oeste destacado nos Prémios SOS Azulejo 2019-20

O trabalho “Linha do Oeste – Conservação e Restauro dos painéis azulejares das estações de Caldas da Rainha, Valado dos Frades, Outeiro, Bombarral, Mafra, Leiria e Óbidos” garantiu o Prémio “Intervenção de Conservação e Restauro” (ex aequo), nos ‘Prémios SOS Azulejo 2019-2020’, cujo júri foi presidido por Vítor Serrão.
A intervenção foi desenvolvida por Ana Bidarra-Cinábrio/RC3 para a Infraestruturas de Portugal (IP), tendo sido concluída em 2019, no âmbito da estratégia de preservação do património da empresa. Com este trabalho de conservação e restauro dos painéis azulejares das estações da Linha do Oeste, a IP pretendeu assegurar a “salvaguarda, a recuperação e a valorização deste importante património público ferroviário”.
Os trabalhos contemplaram a remoção de azulejos em destacamento, limpezas de faces nobres e tardozes, colagens, consolidações, tratamentos dos suportes, preenchimentos, consolidações, reintegrações cromáticas, cozedura de azulejos existentes para irradiação de algas e refechamento de juntas e limpeza.
No total, foram atribuídos nove prémios e seis menções honrosas numa edição dos “Prémios SOS Azulejo” que, devido à pandemia, foi relativa a dois anos.
O ‘PROJETO SOS Azulejo’ é de iniciativa e coordenação do Museu de Polícia Judiciária e conta com as parcerias com várias entidades, entre as quais a Direção-Geral do Património Cultural. ■

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