Afirmar Caldas Termal, desenvolver e inovar o sector primário, sobretudo na área agro-alimentar, reforçar e dar maior visibilidade à política cultural e desportiva, melhorar os serviços à população e revitalizar as freguesias, são alguns dos 12 projectos que integram o Plano Estratégico de Desenvolvimento das Caldas da Rainha 2030.
A versão preliminar do plano de acção, realizado pela Augusto Mateus & Associados, está a ser debatida em sessão de Câmara e depois seguirá para apreciação da Assembleia Municipal.
O documento a que a Gazeta das Caldas teve acesso refere que este é “referencial, aberto e dinâmico” e que procura orientar a actuação do município até 2030, podendo ainda vir a sofrer ajustes sempre que a evolução e o contexto assim o justifiquem.
O projecto “Afirmar Caldas Termal” tem por objectivo a reconfiguração desta actividade e a sua reanimação, permitindo à cidade afirmar-se como uma referência no panorama termal, com abrangência nacional e internacional. Este é um dos projectos estruturantes previstos no Plano Estratégico, com uma previsão de concretização de médio prazo e com um investimento previsto entre 1 e 10 milhões de euros.
Para a sua concretização, é necessária a reabilitação e reactivação das estruturas termais existentes, bem como a criação de uma Escola Nacional de Hidrologia e Termalismo e de um projeto integrado de salvaguarda e valorização do património histórico e do termalismo. O documento fala ainda da possibilidade de aproveitamento da água termal de Salir do Porto, da fundação de um Laboratório Internacional da Água Termal e da exploração de recursos geotérmicos.
É também proposto o apoio e reforço de espaços de acolhimento e infraestruturas para empresas e industrias, em paralelo com uma oferta de centros de apoio ao empresário e aos novos negócios. O plano estratégico prevê a adaptação do loteamento municipal para empresas, a infraestruturação dos pólos empresariais de Santa Catarina, Vidais, S. Gregório e Imaginário (Caldas da Rainha), assim como a criação de um centro de negócios e apoio ao empresário na Zona Industrial e do Centro de Inovação, Investigação e Competitividade (+ Caldas Competitiva).
“Caldas Cidade Criativa: Crafts & Folk Arts”, é outro dos projectos propostos no plano e prevê um conjunto de intervenções que afirmem as Caldas como uma cidade criativa e permitam uma candidatura à UNESCO. Entre as iniciativas previstas, estão a Molda, um “corredor criativo” (com pequenos espaços expositivos e ateliers de cerâmica), a realização do World Press Cartoon e a reabilitação e ampliação do Museu da Cerâmica.
O documento sugere também o reforço e maior visibilidade da política cultural e desportiva, através da reabilitação do Centro de Artes, requalificação da biblioteca e implementação de um novo edifício para o Arquivo Municipal, que inclua o Centro de Interpretação do Centro Histórico. Deverá ser incrementada uma estratégia cultural para o CCC e edificada a Escola da Companhia Profissional Teatro da Rainha (que já está previsto) assim como requalificada e adaptada a rede de equipamentos desportivos e criado um sistema para a sua gestão integrada.
Melhorias nos mercados e uma draga para a Lagoa
O desenvolvimento e inovação no sector primário, com destaque para a área agro-alimentar, é outro dos projectos estruturantes para as Caldas. Para isso contribuirão o regadio de Alvorninha, o desenvolvimento de projectos no âmbito da agricultura biológica e a criação de uma Academia Rural, onde a formação e investigação alavanquem novos negócios e produtos.
Ao nível do sector terciário são propostas algumas medidas, como a qualificação do comércio, sua animação e dinamização e requalificação dos espaços comerciais. Está também prevista a reabilitação e expansão do Mercado de Santana, a reconversão do Mercado do Peixe e a construção de um novo edifício para o Mercado Abastecedor.
O plano estratégico prevê a valorização dos recursos naturais, nomeadamente da Lagoa de Óbidos, com o seu desassoreamento, a aquisição de uma draga de manutenção, a criação de um Centro de Interpretação Ambiental e promoção das actividades náuticas e desportos de vento. Deverá também ser promovida a ampliação da oferta de espaços naturais ou verdes, afirmar o roteiro ecológico das Caldas e reparada a barragem de Alvorninha e potenciada a sua utilização recreativa.
O documento prevê que sejam realizadas intervenções e programas para reduzir a pegada carbónica e promovida a mobilidade sustentável através da ampliação da rede ciclável, expansão da rede do TOMA e uma maior utilização dos transportes públicos.
A preocupação ambiental deverá ser assumida através de medidas como a reabilitação das linhas de água, redução dos focos de poluição dos recursos hídricos e reforço das políticas de reciclagem, redução e reutilização dos resíduos.
De acordo com o plano estratégico, o município deverá aprofundar a sua divulgação e comunicação, assim como formular um plano de marketing territorial, que permita a afirmação da marca “Caldas da Rainha”. O documento identifica ainda várias iniciativas como o aperfeiçoamento do Orçamento Participativo, dinamização de um programa assíduo de comunicação com o cidadão, constituição de grupos de trabalho para o desenvolvimento rural e dinamização da lagoa.
Revitalização das freguesias
Com um investimento superior a 10 milhões de euros, é apresentado o projeto de melhoramento dos serviços à população e revitalização das freguesias. Entre as iniciativas identificadas, estão a requalificação do centro de saúde das Caldas, a conclusão da rede social de lares e creches, requalificação do parque escolar e requalificação e ampliação do hospital das Caldas. O plano preconiza que o município dê continuidade à regeneração urbana e que promova a eficiência da mobilidade, através da conclusão do PDM, concretização dos projectos integrados no Plano Estratégico, reabilitação do centro urbano, das entradas da cidade e das sedes de freguesia.
É também sugerida a concretização de várias vias rodoviárias e a implementação de um silo automóvel de apoio à estação ferroviária.
Ao nível da revitalização das freguesias, são apontados programas de criação de emprego associados ao turismo em espaço rural, ao empreendedorismo agrícola ou outras actividades económicas em meio rural. O documento prevê ainda a implementação de um centro de apoio aos novos negócios e novos residentes em meio rural, assim como a promoção e divulgação dos produtos locais.
O trabalho realizado pela Augusto Mateus foi adjudicado em 2015 por 72 mil euros (mais IVA), tendo agora sido apresentado ao executivo camarário.






























