Petrolettes: conheça as mulheres motards da região

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Núcleo das Caldas da Rainha já conta com 80 elementos e terá o ráli no início de junho

Nasceu nas Caldas da Rainha, no decorrer do último ano, o núcleo das Petrolettes, um movimento internacional que pretende juntar as mulheres que tenham em comum a paixão pelo motociclismo.
O conceito deste movimento passa pela existência de uma comunidade online que se encontra uma vez por ano, num encontro internacional, na Alemanha, sempre no primeiro fim de semana de julho.
O evento pode ser comparado a uma concentração motard tradicional, mas neste caso só para as mulheres motards. O objetivo é juntar estas mulheres que residem na mesma zona, mas que muitas vezes não se conhecem, ainda que partilhem este gosto pelas duas rodas. Para tal, existe uma rede social própria, com grupos locais.
No núcleo das Caldas da Rainha há elementos, a título de exemplo, oriundas da Ericeira e do Bombarral, mas também Tomar e Marinha Grande.
“Não existe uma exclusividade geográfica”, conta Ana Pedro, a atual Petro Leader, que sucedeu à primeira do núcleo, Daniela Félix, A Petro Leader faz a conexão entre as mulheres que integram o grupo local e é o ponto de contacto com a comunidade internacional. O grupo tem atualmente quase 80 elementos. “O crescimento foi maior do que prevíamos”, disse.
Com a pandemia e o impedimento de realizar o tal encontro internacional anual, surgiu o conceito do ráli, que pretende juntar as mulheres motards de todo o globo para, num mesmo dia, rolarem pelas estradas dos seus países, mas divididas em grupos locais.
Este ano já estão ativas 211 cidades em todo o globo, com um total de mais de 8 mil mulheres inscritas. A nível nacional há 14 cidades inscritas, com mais de uma centena de mulheres interessadas em participar no evento. Do núcleo das Caldas ainda não se sabe quantas motards participarão, até porque as inscrições estão abertas até ao final do mês. Nesta fase, contam com mais de 30 inscritas.

Das termas à serra
O núcleo das Caldas tem já um percurso delineado que levará as Petrolettes pelas Serras de Aire e Candeeiros.
O ponto de encontro e de partida será, logo pela manhã, no Largo do Hospital Termal, nas Caldas. Durante o dia inteiro, as motards farão cerca de 150 quilómetros, com paragens turísticas e com um final em São Martinho do Porto, no Ó Pit Stop (na estação ferroviária). “O objetivo é ter nesse local uma festa com os maridos, amigos e família e com todas as pessoas que se queiram juntar a nós”, referiu a Petro Leader.
“Entre Lisboa e Coimbra somos a única cidade com núcleo”, contou Ana Pedro, explicando que esta é uma comunidade diversa e na qual se procura que ninguém fique de fora.
“Temos mulheres de 20 e poucos anos e outras de praticamente 50, temos o caso de uma mãe e filha que fazem parte da comunidade, temos mulheres que acabaram de tirar a carta e temos outras com mais de 20 anos de experiência e muitos quilómetros de estrada, o objetivo é incentivar as mulheres com paixão pelas motas a aventurarem-se e inspirarmos outras mulheres que tenham esse desejo”, frisa a responsável.
Dentro do grupo há também “mulheres que não conduzem”, mas que partilham esta paixão pelas motas e são, obviamente, bem-vindas a esta comunidade de entreajuda, que é o que as Petrolettes são, não se trata de uma entidade formal, não é um motoclube”, explica.
Desde a criação desta comunidade, salienta, “ouvimos muitas vezes as mulheres a agradecerem por termos aparecido, porque de outra forma têm que andar sempre de mota com homens”. O objetivo é mesmo “abrir horizontes numa área dominada por homens, criar comunidades que reflitam a nossa paixão por motas e despertar o espírito feminino no mundo motard”, resume.
Ana Pedro considera mesmo que, “ao fornecer um espaço único e seguro para as mulheres descobrirem e desenvolverem sua paixão por motas, podemos fazer uma enorme diferença para as mulheres que conduzem ou pretendem conduzir”.
A Petro Leader admite que existem “algumas dificuldades de ser mulher motard, mas são superáveis”. É, portanto, acelerar quilómetros fora, na direção de uma sociedade mais igual. ■

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